Dados do Trabalho

Título

O DSA no Cenário do Pré - Transplante Renal: acompanhamento de 4 anos pós-transplante.

Introdução

Desde 2011 receptores renais de doadores falecidos são transplantados mediante a prova cruzada por citometria de fluxo (PCCF) negativa, independente da presença de DSA. Observamos a sobrevida de pacientes e enxertos submetidos a este protocolo a fim de justificar esta política.

Material e Método

Incluímos 517 transplantes renais realizados entre 2015 e 2018 com acompanhamento de 3 meses a 4 anos. Dos 75 transplantados na presença de DSA, comparamos a sobrevida do enxerto, do paciente e creatinina com 442 transplantados sem DSA. Durante este período, realizamos 23.655 PCCF. Analisamos os resultados quando o único DSA era contra um epitopo público (EP) ou um epítopo críptico (EC).

Resultados

A sobrevida do enxerto, do paciente e a média da creatinina no grupo com DSA foi de 93,6%, 97,2% e 1,92. No grupo sem DSA foi 95,8%, 97,2% e 1,66 (P: NS). A média do PRA foi maior no grupo com DSA em comparação com os sem DAS. Nove pacientes com DSA apresentaram PRA CLI>90% e oito com PRA CLII>90%, com 7 livres de diálise em cada grupo. Interessantemente, 46% dos DSAs encontrados foram direcionados contra EC. Encontramos 161 e82 DAS exclusivos contra EP e EC entre as 23.655 PCCF. A média de MFI dos EP com PCCF positiva foi de 2.917 e nas PCCF negativas 2.047. Anticorpo contra EC tiveram uma média de MFI de 2.647 nas PCCF positivas e 2737 nas negativas.

Discussão e Conclusões

Nossos resultados não mostraram diferenças na sobrevida do paciente e do enxerto, bem como na função renal nos pacientes transplantados com ou sem DSA, desde que a PCCF seja negativa. Estes resultados validam a nossa política de oferecer um transplante renal mesmo na presença de baixos níveis de DSA. A presença de DSA contra EC pode explicar nossos resultados e enfatizar a importância da análise epitópica.

Palavras Chave

transplante renal, prova cruzada, citometria de fluxo, DSA

Área

HISTOCOMPATIBILIDADE/IMUNOGENÉTICA