Dados do Trabalho

Título

COLITE POR CITOMEGALOVÍRUS EM PÓS OPERATÓRIO DE TRANSPLANTE RENAL DOADOR FALECIDO: RELATO DE CASO

Introdução

O Citomegalovírus (CMV) permanece na forma latente após infecção primária, podendo ser reativado em imunossuprimidos.

Material e Método

Paciente masculino, 48 anos, realizou transplante renal de doador falecido; sorologia para CMV: doador e receptor IgG positivo (D+/R+).

Resultados

Fez uso de: 6mg/kg de timoglobulina e manutenção da imunossupressão com micofenolato, prednisona e tacrolimus. No 28º dia do pós-operatório apresentou diarreia, sem febre, sendo suspenso micofenolato. Evoluiu com enterorragia, iniciado ciprofloxacino e indicada colonoscopia que evidenciou ceco, cólon ascendente e transverso com mucosa edemaciada, friável, enantemática com ulcerações rasas e fundo recoberto por fibrina. Na biópsia intestinal, a reação em cadeia de polimerase (PCR) para CMV foi positiva. Neste dia o PCR para CMV em sangue periférico foi positivo (1.418 cópias/mL; Log de 3,15). Foi tratada com ganciclovir EV com boa resposta (carga viral negativa após 21 dias).

Discussão e Conclusões

A doença pelo CMV pode cursar com diarreia, dor abdominal, febre, aumento das enzimas hepáticas, leucopenia e raramente enterorragia. Apesar da carga viral baixa em sangue periférico, a diarreia e a enterorragia apresentadas pelo paciente orientaram o início do tratamento até a confirmação diagnostica por biópsia de cólon. O limiar utilizado para início de tratamento da infecção pelo CMV é variável conforme o centro transplantador. Dados da literatura sugerem que, em pacientes de baixo risco (D+/R+), o início do tratamento da infecção (tratamento preemptivo) quando o PCR ≥ 2000 cópias/mL previne as manifestações da doença. Entretanto, na vigência de manifestações da doença, o tratamento iniciado precocemente independentemente da carga viral é fundamental para a boa evolução do paciente.

Palavras Chave

Transplante renal, citomegalovírus.