Dados do Trabalho

Título

Fatores de Risco para Recidiva de Hepatocarcinoma

Introdução

O carcinoma hepatocelular (CHC) constitui uma indicação cada vez mais frequente para o transplante hepático, e os portadores desta doença recebem pontuação especial na fila de espera para o transplante no Brasil. Existe uma crescente preocupação quanto à alocação de órgãos para pacientes com alto risco de recidiva do tumor. Nesse contexto, nosso trabalho busca caracterizar possíveis fatores de risco identificáveis para a recidiva do hepatocarcinoma e analisar fatores de risco levantados recentemente na literatura, como o sexo do doador.

Material e Método

Análise retrospectiva dos prontuários de 300 pacientes submetidos ao transplante hepático em um mesmo hospital brasileiro.

Resultados

Comparando os pacientes transplantados por CHC que não apresentaram recidiva da doença (73) com os que apresentaram recidiva (11), os principais fatores relacionados à recidiva de forma estatisticamente significativa foram: o número de nódulos (em média 3,7 x 7,3), o tamanho do maior nódulo (25 x 41,5 mm), a presença de invasão vascular microscópica no explante (28% x 63%), os níveis pré-operatórios de alfa-fetoproteína (em média 356 x 954) e a realização de procedimento para o downstaging antes do transplante (9,5% x 36,3%). Fatores relacionados ao doador, como o sexo, não influíram de forma significativa no desfecho. Fatores relacionados à imunossupressão, tais como o nível médio de tacrolimus e o uso de inibidores da m-TOR também não foram significativos.

Discussão e Conclusões

Os principais fatores relacionados à recidiva do CHC após o transplante são aqueles que podem ser considerados marcadores de maior agressividade da doença, tais como tamanho e número de nódulos e valores séricos de alfa-fetoproteína. No contexto da escassez de órgãos para transplante, devemos discutir a alocação de órgãos para pacientes de risco.

Palavras Chave

Hepatocarcinoma, CHC