Dados do Trabalho

Título

Causas de Óbito Após Transplante Hepático – Seguimento de 25 Anos

Introdução

O transplante hepático (TxH) é o tratamento de escolha para os pacientes com doenças hepáticas terminais. Entretanto, apesar dos avanços técnicos, melhora dos esquemas de imunossupressão, profilaxia e tratamento das infecções, a sobrevida pós-TxH tem permanecido estável nas últimas décadas. O objetivo deste estudo foi avaliar as causas de mortalidade precoce e tardia pós-TxH em um centro de referência com um seguimento de 25 anos.

Material e Método

Foi realizado um estudo retrospectivo com 1325 pacientes transplantados hepáticos no período de jun/91 a dez/18 pela mesma equipe cirúrgica. Nesta análise foram incluídos 580 pacientes, 53 re-TxH , 353 do sexo masculino, idade média 54,02±11,69, IMC 26,46±4,67, MELD 26,76±7,57 que evoluíram para óbito, sendo avaliadas as causas mais frequentes do evento em 30 dias, 1a, 5a, 10a e mais de 20 anos de seguimento.

Resultados

A causa de óbito foi desconhecida em 18 pacientes (29%) com seguimento >20 anos. Infecção foi a maior causa de óbito nos primeiros 30 dias pós-TxH (23,2%), em 1 ano (49,6%), 5a (36,7%), 10a (27,23%) e 20a ou mais (30,6%). Houve aumento da mortalidade relacionada a neoplasia acima de 10 anos pós-TxH (16,1%) quando comparada ao primeiro ano (9,7%). Eventos cardiovasculares são a terceira causa de óbito tardia (8,1%). A incidência global de não funcionamento primário (NFP) do enxerto foi de 14,1%, tendo ocorrido um acréscimo no período de 2011 a 2018 (12,8%) quando comparado ao período de 2001 a 2010 (1,9%).

Discussão e Conclusões

Permanece elevada a incidência de óbito relacionada à infecção no paciente transplantado hepático independentemente do período pós-operatório avaliado. O aumento da ocorrência do NFP do enxerto parece estar relacionado a qualidade dos enxertos implantados e mudança das características clínicas dos doadores na última década.

Palavras Chave

Óbito, TxH