Dados do Trabalho

Título

Recidiva Tardia de Carcinoma Hepatocelular (CHC) em Cicatriz Operatória Após Transplante de Fígado

Introdução

Este é um relato de caso de recidiva tardia de CHC (carcinoma hepatocelular) após transplante de fígado, relevante para médicos estarem cientes de diagnósticos diferenciais e complicações raras relacionadas ao CHC.

Material e Método

Estudamos retrospectivamente o prontuário de uma paciente mulher de 67 anos que teve uma recidiva tardia de CHC em parede abdominal em meio ao tecido cicatricial de incisão de Mercedes, seis anos após o transplante (ocorrido em 16/02/2007).

Resultados

A paciente, que tinha como etiologia para CHC a infecção pelo vírus da hepatite C (VHC) e não foi submetida à biópsia devido à localização central de seu tumor, foi transplantada em um procedimento sem intercorrências em Fevereiro de 2007. Um ano e meio após o transplante, a paciente teve nova recidiva do VHC, com dificuldade terapêutica e altos níveis de imunossupressão.
Cinco anos após o transplante, em US de rotina, foi evidenciada massa em subcutâneo de etiologia a esclarecer. Ao realizar exérese da lesão (em 28/05/2013, com ampliação da margem quatro meses depois), o estudo anatomopatológico e imunohistoquimico diagnosticou essa massa em subcutâneo como CHC recidivado em meio de tecido cicatricial. A paciente mantém acompanhamento regular no ambulatório, sem novas intercorrências.

Discussão e Conclusões

Trata-se de um caso raro de recidiva tardia em sítio pouco comum em paciente transplantada, já que não se trata de contaminação de sítio cirúrgico ou de caminho de agulha. Níveis inadequados de imunossupressão parecem estar relacionados com recidivas tardias, e esta paciente tinha altos níveis sanguíneos de tacrolimos e ciclosporina. Além disso, o sítio pouco comum chama a atenção. Neste caso, fica interrogada a via de metástase, sendo as hipóteses hematogênica ou linfática as mais aceitas.

Palavras Chave

Recidiva, Transplante, CHC, Imunossupressão, Fígado