Dados do Trabalho

Título

Perfil de ocorrência de neoplasias extra-hepáticas após o transplante de fígado

Introdução

Embora o transplante hepático proporcione um imenso ganho de sobrevida e qualidade de vida para pacientes com cirrose em estágio terminal ou com neoplasias primárias do fígado, é sabido que o uso de imunossupressores por períodos prolongados de tempo predispõe ao surgimento de neoplasias em diferentes órgãos e sistemas. Nosso estudo busca analisar o perfil de morbidade e mortalidade por neoplasias extra-hepáticas em pacientes submetidos ao transplante de fígado.

Material e Método

Análise retrospectiva dos prontuários de 400 pacientes submetidos ao transplante hepático em um mesmo hospital brasileiro.

Resultados

Dos pacientes analisados, 19 apresentaram a ocorrência de neoplasias extra-hepáticas após o transplante. Os tumores mais comuns foram os de pele (6 basocelulares e 2 espinocelulares), próstata (3), cabeça e pescoço (2), cólon (2) e outros sítios (Sarcoma ósseo, Sarcoma de Kaposi, Adenocarcinoma de esôfago e linfoma não-Hodgkin, com um paciente cada). A média de idade dos pacientes foi de 59 anos, houve predomínio do sexo masculino (17 dos casos), e o tempo médio de surgimento da neoplasia após o transplante foi de 969 dias. A prevalência do tabagismo e etilismo antes do transplante nessa população foi muito maior do que no conjunto total de pacientes transplantados (61% x 35% e 77% x 54%, respectivamente). Dos pacientes estudados, 3 foram à óbito em decorrência das neoplasias. Não foram observadas diferenças significativas nos níveis séricos, doses e tempo de uso dos imunossupressores.

Discussão e Conclusões

Os achados reforçam a necessidade de programas de rastreamento para neoplasias comuns nos pacientes transplantados, e sugerem que os mesmos devem ser iniciados em faixa etária mais precoce do que na população geral, além do controle de fatores de risco tais como tabagismo e exposição solar.

Palavras Chave

Transplante, neoplasias