Dados do Trabalho

Título

Fragilidade, estado cognitivo e desfechos pós transplante

Introdução

Fragilidade é definida por déficits dos sistemas fisiológicos, associados ao envelhecimento e processos crônicos. Objetivo: Investigar a fragilidade em pacientes com doença renal crônica, no período pré e pós-transplante e sua relação com desfechos clínicos adversos no pós-transplante.

Material e Método

Coorte prospectiva, centro único. Projeto aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa local. Entre abril/17 e fevereiro/18 foram incluídos 91 participantes, avaliados nos períodos pré (T0) e pós-transplante renal, em 30 (T30) e 60 (T60). Instrumentos utilizados: Tilburg Frailty Indicator (fragilidade) e Exame Cognitivo de Addenbrooke – versão revisada (ACE-R), validados para a Língua Portuguesa.

Resultados

Maioria dos pacientes era homem (70,3%), idade 50,5 ± 12,3 anos, brancos (57,1%), receptores de rim de doador falecido (98,9%). A causa mais frequente da DRC foi hipertensão (36,30%), em hemodiálise (95,6%) por 42 meses e laboralmente inativos (85,7%). Houve queda progressiva mas não significativa nos escores de fragilidade pós transplante (T0=3,42; T30=3,36 e T60=2,74 pontos). Maiores escores de fragilidade foram associados com maior readmissão hospitalar (p=0,016) e infecção (p=0,013) pós transplante, maior número de medicamentos pré (p=0,021) e pós-transplante (p=0,018), menor renda (p=0,025) e sexo feminino (p=0,042). Também houve melhora progressiva e significativa no teste de cognição após o transplante, mas sem correlação com os escores de fragilidade.

Discussão e Conclusões

Observamos melhora do quadro cognitivo e de fragilidade após o transplante renal. A avaliação da fragilidade pré transplante mostrou-se uma importante ferramenta para predição de desfechos clínicos pós-transplante.

Palavras Chave

transplante renal, fragilidade, estado cognitivo, doença renal crônica