Dados do Trabalho

Título

Mucormicose rinocerebral em receptores de transplante renal (RTx)

Introdução

Mucormicose (MC) é uma micose invasiva, com mortalidade elevada (43%). A forma rinocerebral é a mais comum em RTx (33%).

Material e Método

Revisão de prontuário eletrônico.

Resultados

Caso 1: Homem, 51 anos, diabético (DM), RTx de doador falecido (DF), imunossupressão (ISS) inicial com basiliximabe, tacrolimo (T), micofenolato (M) e prednisona (P). Admitido no 34º pós-operatório (PO) com febre (F), coriza e dor em molar superior após tratamento de canal. Tomografia (TC) evidenciou rinossinusite maxilar esquerda (E), iniciado amoxicilina+clavulanato (AC). Devido febre persistente, trocado AC por meropenem e vancomicina (V). Evolui com proptose de olho E, midríase fixa, perda da visão e paralisia dos III e VI pares cranianos E. Ressonância magnética (RNM) demonstrou sinusite de seio esfenóide, maxilar (SM) e etmóide (SE), com miosite de musculatura mastigatória. No 42º PO, após abordagem cirúrgica, iniciou-se anfotericina B (AB) e suspenso T/M. Isolado Rhizopus sp. No 43º PO, iniciado Ganciclovir (G) para citomegalovirose (CMV). No 83º PO evoluiu com tosse produtiva e febre, realizado diagnóstico de tuberculose pulmonar (TB). Caso 2: Mulher, 43 anos, DM, admitida no 33° PO de RTx de DF, em uso T, M e P, admitida com febre, dor e edema periorbitário E. RNM confirmou sinusite de SM e SE, e proptose de globo ocular E. Biopsia comprovou MC. Recebeu alta após 28 dias de terapia (desbridamento cirúrgico, AB e 17 sessões de oxigenioterapia hiperbárica) com amaurose por oclusão de artéria central de retina e trombose de seio cavernoso.

Discussão e Conclusões

Diabetes e procedimento dentário foram fatores de risco para MC. A resposta clinica favorável advém da terapia combinada: AB, desbridamento cirúrgico e minimização precoce da ISS. A incomum coinfecção com MC/TB/CMV é um alerta aos transplantadores.

Palavras Chave

mucormicose, transplante renal