Dados do Trabalho

Título

Análise dos fatores associados a tempo prolongado de colonização por Enterobactérias resistentes a carbapenêmicos

Introdução

Infecções por Enterobactérias resistentes a carbapenêmicos (CRE) tem alta mortalidade em receptores de transplante renais (TRr). O objetivo deste estudo foi identificar fatores de risco para colonização prolongada por CRE em TRr.

Material e Método

Estudo de coorte retrospectivo que incluiu os TRr que tiveram CRE isoladas em cultura de janeiro de 2010 a janeiro de 2019 e foram submetidos a cultura de vigilância por um período maior ou igual a 90 dias após a primeira identificação. Foram utilizados os bancos de dados do serviço de controle de infecção e do prontuário eletrônico do serviço de TR. Foi definido como descolonizado o paciente que apresentou duas ou mais culturas de vigilância negativas. A variável de desfecho foi colonização prolongada por CRE, definida pela permanência do isolamento de CRE em culturas de vigilância por mais de 90 dias. Foram incluídas como variáveis independentes características do doador e receptor, aspectos do procedimento cirúrgico do TR, intercorrências pós-TR e características da colonização/infecção por CRE. A análise univariada foi feita por teste de chi-quadrado, teste exato de Fisher ou teste de Man-Whitney, a análise multivariada por regressão logística.

Resultados

Foram incluídos 102 pacientes, idade média de 53 anos e 50% do gênero feminino. Mediana do tempo entre o TR e a primeira cultura positiva para CRE foi de 7 dias e 14,7% dos pacientes tinham CRE isolados pré-TR. K. pneumoniae resistente a carbapenêmico foi identificada em 97,1%. A descolonização em menos de 90 dias foi identificada em 22 (21,6%) pacientes. Os fatores de risco identificados na analise multivariada foram isolamento de CRE em cultura clinica (p 0,001) e idade avançada (p 0,05).

Discussão e Conclusões

Características do paciente e presença de infecção têm influencia no tempo de colonização por CRE pós-TR.

Palavras Chave

infecção