Dados do Trabalho

Título

TRANSPLANTE HEPÁTICO NO PACIENTE COM ASCITE REFRATÁRIA: EXPERIÊNCIA INICIAL

Introdução

A ascite é a complicação mais frequente no cirrótico, com maior gravidade, mortalidade, e sobrevida média abaixo de 2 anos. Cerca de 5- 10% dos cirróticos não respondem ao tratamento clínico considerados portadores de ascite refrataria (AR). Esse estudo objetiva demonstrar o benefício do uso do MELD-Na em comparação ao MELD ajustado em pacientes com AR e a mortalidade na fila de espera nesses casos.

Material e Método

Estudo de coorte retrospectiva de pacientes com AR listados para transplante hepático em Hospital Universitário de referência da região Nordeste entre os anos 2014 e 2018.

Resultados

Foram listados 121 pacientes, dos quais 58 foram transplantados (48%) sendo 36 do sexo masculino (62%) e 22 feminino (38%) com média de idade 58,9±7,7 anos (46-72 anos). A mortalidade desses pacientes na fila de espera foi de 52%. O tempo médio na fila com MELD puro de 140±145,7 dias (13–987 dias), comparado com a média de tempo que ficaram com MELD ajustado por situação especial reduzido a 59±43,7 dias (1-182 dias). O MELD calculado foi em média 16,9±6,52 (6-37), enquanto que o MELD ajustado foi 22,7±4,69 (20-37). O MELD-Na dos pacientes foi em média 19,6±9,54 (6-37), com mediana de 22, superando o MELD ajustado (20). Em 50% desses, o MELD-Na foi superior ao MELD ajustado.

Discussão e Conclusões

Pacientes com AR tem um mau prognóstico, alta taxa de complicação e mortalidade na fila mesmo com um baixo escore MELD ajustado. Como estratégia, deve-se avaliar a possibilidade do uso do MELD-Na ou mesmo uma pontuação especial para esses casos, uma vez que sua morbimortalidade é maior em relação às demais situações especiais como Carcinoma Hepatocelular, em que os pacientes são mais compensados e com qualidade de vida melhor que os casos de AR.

Palavras Chave

Ascite refratária; transplante hepático; MELD-sódio.