Dados do Trabalho

Título

ESCORE D-MELD COMO PREDITOR DE DISFUNÇÃO PRECOCE DO ENXERTO NO TRANSPLANTE DE FÍGADO

Introdução

A utilização do escore MELD trouxe mudanças significativas no sistema de alocação de fígado, mas a disparidade entre a necessidade de transplante e o número de doações fez com que os centros mundiais passassem a aceitar doadores com critérios expandidos, podendo aumentar os riscos de resultados ruins, como maior ocorrência de Disfunção Precoce do Enxerto (DPE). A necessidade de compreensão da relação doador, receptor e evolução do transplante, levou a definição do escore D-MELD, que utiliza critérios de maior impacto nos resultados dos transplantes, como idade do doador e MELD pré-operatório do receptor, e esteve associado a menor sobrevida quando acima de 1600 pontos. O objetivo deste trabalho foi verificar a associação entre o escore D-MELD e a DPE.

Material e Método

Estudo de coorte retrospectivo com pacientes que realizaram transplante na Unidade de Transplante de Fígado de Pernambuco (UTF-PE) entre 2006 e 2016.

Resultados

Foram analisados 588 transplantes. Foi definido como ponto de corte do escore o valor da mediana. Os pacientes com o escore D-MELD ≥ 570 pontos tiveram 61% de chance de evoluir com DPE.

Discussão e Conclusões

A DPE está relacionada aos aspectos do doador e/ou receptor, caracterizando um resultado ruim e que pode levar à perda do enxerto em 26% dos casos, e necessidade de retransplante, assim como, à diminuição da sobrevida do paciente e até a morte, em 20% dos casos, dentro de seis meses pós-transplante. De acordo com o estudo, o escore D-MELD parece discriminar os resultados do transplante de fígado, pois esteve associado à ocorrência de DPE. Partindo do princípio que a disfunção pode ser considerada fator preditor de morte, a utilização do escore pode orientar as equipes quanto à realização de transplantes com desfechos indesejados.

Palavras Chave

Transplante de fígado, fatores de risco, sobrevivência de enxerto