Dados do Trabalho

Título

IMPORTÂNCIA DO DIAGNÓSTICO CLÍNICO NA INFECÇÃO CITOMEGÁLICA NO TRANSPLANTE RENAL

Introdução

O citomegalovírus (CMV) é um vírus humano da família dos herpesviridae. É a principal complicação infecciosa no transplante renal. Os testes acessíveis para a monitorização do CMV para doença ativa são a pesquisa da antigenemia PP65 e os métodos baseados em ácidos nucleicos por PCR, porém devido a escassez de recursos, os exames confirmatórios são realizados apenas mediante suspeita clínica.

Material e Método

O objetivo do presente estudo foi demonstrar a importância da suspeita clínica da infecção por CMV, sua confirmação e a correlação com os episódios de rejeição e óbitos. Foi realizado estudo retrospectivo observacional em 232 prontuários de transplantes renais realizados no Hospital Angelina Caron, nos anos de 2017 e 2018. Os dados utilizados para o estudo foram os resultados de Antigenemia positiva, tempo de transplante, imunossupressão utilizada e biópsias renais.

Resultados

Em média 24% dos prontuários analisados tiveram suspeita clínica de CMV, após o transplante, dentre os quais, 67% confirmaram Antigenemia positiva, onde 60% ocorreu no intervalo entre 40 e 60 dias e 40% nos períodos até 90 dias pós-transplante. A imunossupressão utilizada foi a indução com thymoglobulina com corticóide, micofenolato sódico e tacrolimo em 86% dos pacientes . Nos casos de doença citomegálica confirmada o índice de rejeição do enxerto foi de 13% e o percentual de óbitos relacionados ao transplante nos primeiros três meses foi de 5%.

Discussão e Conclusões

A maior incidência da doença foi diagnosticada nos três primeiros meses pós transplante e como fator de risco a indução realizada com thymoglobulina. Desta forma, enfatiza-se a necessidade de tratamento profilático com antivirais e consequente fornecimento da medicação para pacientes de risco para doença citomegálica pelas secretarias de saúde.

Palavras Chave

Citomegalovírus, Transplante renal