Dados do Trabalho

Título

Associação entre os níveis de citocinas e o tempo pós transplante de pacientes transplantados renais

Introdução

O transplante renal é capaz de induzir uma reação inflamatória intensa com a produção de citocinas que estão diretamente envolvidas na resposta imunológica do receptor em relação ao órgão enxertado.

Material e Método

Foram selecionados 146 transplantados renais do Hospital das Clínicas da UFMG. Estes foram distribuídos em grupos de acordo com o tempo pós-transplante (T1: 1 a 24 meses; T2: 25 a 60 meses; T3: 61 a 120 meses e T4: acima de 120 meses pós transplante). Os níveis de IL-10 foram determinados por ELISA de captura e TNF e IL-6 foram quantificados por Multiplex. As análises estatísticas foram feitas no GraphPad Prism (versão 6.0). Valor de p<0,05 foi considerado significativo.

Resultados

Foram observados maiores níveis de IL-6 no grupo T1 em relação aos grupos T2 (p=0,016) e T4 (p=0,006) e menores níveis de IL-6 no grupo T2 em relação ao grupo T3 (p=0,036). Além disso, constatados menores níveis de IL-10 no grupo T1 em relação ao grupo T2 (p=0,024) e maiores níveis de IL-10 no grupo T2 em relação ao grupo T3 (p=0,028).

Discussão e Conclusões

O aumento dos níveis de IL-6 e TNF foi demonstrado em 6 meses após o transplante (LIMA et al., 2011). De forma contrária, SIMMONS et al. (2005) encontraram um declínio de marcadores inflamatórios nos primeiros meses de transplante. Níveis aumentados de IL-10 foram observados após dois anos de transplante o que coincidiu com a redução de IL-6, sugerindo um controle do processo inflamatório por IL-10. Ademais, o aumento de IL-6 no período T3 pode estar ligado ao descuido frequente da terapia farmacológica com diminuição da preocupação ao longo dos anos. O balanço entre as citocinas após o transplante poderia demonstrar informações importantes em relação à sobrevida do enxerto, ajudando no monitoramento clínico de pacientes transplantados renais.

Palavras Chave

Transplante de rim. Citocinas.