Dados do Trabalho

Título

Impacto do transplante renal em um paciente nefropata com depressão grave

Introdução

A depressão é uma co-morbidade frequente na insuficiência renal crônica em estágios avançados e impacta negativamente na qualidade de vida dos pacientes. Especialmente, pacientes que fazem uso da hemodiálise tem risco aumentado de sofrer desta doença. A prevalência estimada de depressão nesses pacientes varia entre 20% a 42%.

Material e Método

Análise de prontuário e revisão da literatura, utilizando banco de dados PubMed e Scielo com os descritores depresion e chronic renal disease, publicados entre 2001 e 2017, nas línguas portuguesa e inglesa.

Resultados

J.M., 34 anos, solteiro, portador de doença renal crônica (DRC), estágio 5, há 4 anos em hemodiálise, 3x/semana. Apresentava depressão grave: desesperança, insônia, tristeza e pensamento de morte passiva há 4 anos, de caráter progressivo. Fazia tratamento com antidepressivos, mas devido a piora da função renal, foi interrompido. Iniciou terapia cognitiva comportamental por um ano, sem melhora expressiva. Realizou transplante renal inter-vivos e recuperou-se bem, sem intercorrências. Após o transplante, paciente não apresentou mais sintomas depressivos, voltou a trabalhar, criar vínculos afetivos e obteve alta da psiquiatria.

Discussão e Conclusões

A DRC é caracterizada pela destruição progressiva e irreversível da função renal, que condiciona a pessoa a realizar terapias de substituição. A DRC e o tratamento hemodialítico são fontes de estresse permanente, que podem levar a pessoa ao isolamento social, à perda da capacidade laboral, à dificuldade parcial de locomoção e lazer, à perda de autonomia, a alterações da imagem corporal, um sentimento ambíguo entre o medo de viver e o de morrer. Neste relato, nota-se que o transplante renal foi o tratamento definitivo para a nefropatia e que resultou no fim da depressão.

Palavras Chave

depressão, doença renal crônica, transplante renal