Dados do Trabalho

Título

Impacto dos esquemas de imunossupressão com mTOR-I e Micofenolato associados a Tacrolimus na infecção por CMV em transplantados renais

Introdução

A infecção pelo citomegalovírus (CMV) nos pacientes transplantados renais é associada a maiores taxas de perda de enxerto e morbimortalidade. A estratégia de imunossupressão pode influenciar vários desfechos, dentre eles, a incidência da infecção por CMV.

Material e Método

Análise retrospectiva de pacientes transplantados renais a partir de 01/2017 que completaram 1 ano de seguimento no Hospital da Santa Casa de Belo Horizonte.

Resultados

Avaliados 53 pacientes, com média de idade de 47,7 anos; 71,7% do sexo masculino, 83% de doadores falecidos e 56,6% induzidos com timoglobulina. A incidência geral de infecção por CMV foi de 32,1%. A sobrevida em 1 ano livre de infecção pelo CMV foi de 90,9% no grupo TAC/mTOR-I e 54,8% no grupo TAC/MF (p = 0,015), com HR = 4,06 (IC: 1,56-10,54). A análise ainda mostrou uma sobrevida livre de rejeição de 77,3% no primeiro grupo e 64,5% no segundo, entretanto o achado não foi significativo. Durante esse período, a média da taxa de filtração glomerular por CKD-EPI no grupo TAC/mTOR-I foi de 40 ml/min, enquanto no grupo TAC/MF foi 50,7 ml/min (p= 0,043). Ocorreu falência de enxerto em 4,55% e 3,23% respectivamente. Em 1 ano, houve apenas 1 morte no grupo TAC/mTOR-I.

Discussão e Conclusões

Esquemas imunossupressores de manutenção com TAC/mTOR-I foram associados com menor risco de infecção por CMV no 1º ano pós transplante, entretanto também se correlacionaram a menor taxa de filtração glomerular quando comparados com TAC/MF no mesmo período. As taxas de rejeição foram maiores no grupo TAC/MF, achado que não apresentou significância no presente estudo. Seguimento a longo prazo é necessário para melhor avaliar o impacto na sobrevida do enxerto.

Palavras Chave

Citomegalovírus, imunossupressão, tacrolimus, micofenolato, mTOR-I