Dados do Trabalho

Título

Evolução da fragilidade em fase inicial do período pós-transplante renal

Introdução

A fragilidade caracteriza-se como uma medida de reserva fisiológica, inicialmente descrita e validada em populações geriátricas, a qual vem se mostrando preditora de desfechos no transplante renal (TxR). Baseia-se em cinco componentes: autorrelato de perda de peso, força muscular, fadiga, diminuição da atividade física e lentificação da marcha. Apesar do insulto cirúrgico, acredita-se que os indivíduos possam evoluir com melhora da fragilidade de modo precoce após o TxR. O presente trabalho visou avaliar esta recuperação.

Material e Método

Foram incluídos 87 indivíduos com idade ≥ 18 anos, submetidos ao TxR. Na admissão para o TxR (M0), foram coletados dados demográficos, clínicos e sobre o TxR, e aplicado o escore de fragilidade de acordo com Fried et al. Os indivíduos foram divididos em dois grupos: frágeis (fragilidade intermediária e frágeis) e não frágeis. O escore foi novamente aplicado três meses após o TxR (M1).

Resultados

No M0, 36,8% da amostra foi classificada como frágil e houve redução para 26,0% no M1, (p= 0,146). Em relação aos subitens da fragilidade, a perda de peso foi relatada em 32,2% dos pacientes no M0 e em 19,2% no M1 (p= 0,063). A porcentagem de força muscular baixa foi de 31,0% no M0, contra 24,3% no M1 (p=0,344). No M0, 20,7% da amostra pontuou no item fadiga e, no M1, 19,2% (p=0,812). O gasto calórico baixo mostrou-se presente em 46,0% dos pacientes no M0, versus 32,9% no M1 (p=0,092). A lentificação da marcha foi identificada em 4,6% da amostra no M0, reduzindo para 2,7% no M1 (p=0,538).

Discussão e Conclusões

Houve melhora em todos os componentes do escore de fragilidade após três meses do TxR na amostra estudada, porém não foi encontrada significância estatística.

Palavras Chave

Fragilidade
Transplante renal