Dados do Trabalho

Título

Análise dos Resultados do Tratamento da Terlipressina na Síndrome Hepatorrenal em Pacientes do SUS

Introdução

A síndrome hepatorrenal (SHR) é uma lesão renal aguda funcional, com mortalidade. O tipo mais grave, SHR-1, tem evolução rápida e sobrevida de 15 dias. O tratamento de escolha é o transplante hepático, há poucos “tratamentos-ponte”, destacando-se a terlipressina, indisponível no SUS. Objetivo: Avaliar segurança e eficácia da terlipressina na SHR-1.

Material e Método

Estudo prospectivo em 30m, PPSUS/Fapesp, em cirróticos com ascite, LRA (creat. >1,5mg/dl ou aumentar 0,3 mg/dl em 48h) e SHR-1. Inclusão: 18-75a, cirrose e SHR-1 (CIA 2007) sem câncer (exceto CHC), assinar TCLE. Exclusão: contraindicação à terlipressina.

Resultados

Foram incluídos 19 pacientes com 22 episódios de SHR-1 (triados entre 161 pacientes com 301 episódios de LRA). Características: 57±7a; homens 12(63,2%); causa da cirrose: álcool 10(52,6%), NASH 4(21,1%), VHC 2(10,5%), álcool+NASH 2(10,5%). Child C 13(59,1%), B 9(40,9%) e MELD 23,5(17-39). Infecções: 18(81,8%), sendo ITU 8(44,4%); PBE 5(27,8%); bacterioascite 2(11,1%). Creat. basal na SHR-1: 3,40(±0,64); FE-Na+ 0,12(0,02–3,66) e FE-uréia 23,94(±14,08). Todos receberam terlipressina+albumina EV/6,2 dias (1-14). Eventos adversos: 1 à terlipressina (diarréia e distúrbios hidroeletrolíticos); 8 à albumina (congestão pulmonar). Resposta: completa (cr< 1,5mg/dl), 11(55%), parcial 3(15%) e ausente (diálise), 6(30%). Recorrência da SHR-1, 3; transplante de fígado 4(21%); óbito hospitalar 78,9%(14/19) sendo choque séptico, 11 e choque hipovolêmico 3.

Discussão e Conclusões

A terlipressina foi bem tolerada, com resposta na maioria dos pacientes e alta mortalidade, em concordância com a literatura. Nossos resultados em estudo de vida-real, sendo similares à literatura, corroboram o uso deste tratamento no SUS, especialmente por ser o recurso de melhor custo-benefício.

Palavras Chave

Sindrome hepatorrenal, Terlipressina