Dados do Trabalho

Título

Um raro caso de volumosa ascite no pós-transplante renal em uso de inibidor da via de sinalização MTOR (iMTOR).

Introdução

Ascite volumosa (AV) é uma rara complicação no pós-transplante renal (PTR). Relatamos um caso AV no 4º mês PTR, diagnosticada no curso de quadro clínico de distensão abdominal.

Material e Método

Paciente do sexo feminino, 63 anos, transplantada renal há 4 meses, portadora de Nefropatia Diabética, realizou diálise peritoneal pré-transplante por 22 meses. Procura o hospital por distensão e dor abdominal, ganho de peso, associado a drenagem de secreção serosa pela incisão cirúrgica. Em Tomografia Computadorizada evidenciou-se uma volumosa ascite e pequena coleção subcutânea com focos gasosos em comunicação com a sínfise púbica, sugerindo osteomielite púbica.

Resultados

Na investigação da ascite foi realizada paracentese, com características de exsudato, pesquisa de células tumorais e culturas negativas. Ultrassom ARFI com fibrose hepática 3/4, confirmando o diagnóstico de hepatopatia crônica, sem sinais compatíveis de hipertensão portal. Paciente portadora de hepatite C tratada e com carga viral indetectável e sustentada. A investigação cardiológica sem sinais de disfunção cardíaca e Índice Cardiopulmonar normal. Ausência de proteinúria significativa. Função renal com Creatinina=0,9 mg/dl e MDRD=82,1 ml/min. Sem tireoidopatia. Frente a estes dados valorizamos o fato de que, cerca de 2 meses antes da internação (INT) foi convertido de Micofenolato Sódico (MPS) para Sirolimo (SR) por diarreia refratária, estando na INT com nível sanguíneo elevado de SR. Inicialmente foi reduzida a dose diária de SR e posteriormente transicionado para MPS em dose baixa. Com a diureticoterapia houve perda de 11,4 kg, sem piora da função renal.

Discussão e Conclusões

Os autores concluem como causa da ascite o iMtor e ressaltam a importância da valorização do efeito coletade desta, após afastadas as demais causas de ascite.

Palavras Chave

iMTOR, ascite