Dados do Trabalho

Título

Associação de Achados Histológicos na Biópsia Renal com a não Adesão ao Tratamento Imunossupressor.

Introdução

O comportamento não aderente do paciente transplantado renal é uma realidade, mas a magnitude do seu impacto tem sido debatida. Não se sabe se a histologia de rejeição aguda em pacientes transplantados renais não aderentes (NAd) difere da de pacientes aderentes (Ad). A presença de infiltrados ricos em células plasmocitárias (PCi) na rejeição aguda celular é pouco abordada e parece haver uma relação com a não adesão ao tratamento imunossupressor. Nos poucos estudos existentes, a resposta à terapia anti-rejeição nesses casos foi menos satisfatória e as taxas de sobrevida do enxerto foram menores.

Material e Método

Estudo transversal prospectivo em um único centro. Pacientes com indicação clínica para biópsia renal foram analisados para adesão ao tratamento por três métodos, (1) a Avaliação da Basileia da Escala de Adesão para Imunossupressores (BAASIS; auto-relato), (2) níveis sanguíneos de drogas imunossupressoras (método direto) e opinião do médico assistente. As alterações na biópsia renal de acordo com a classificação de Banff foram analisadas.

Resultados

Foram analisadas 154 biópsias de enxerto renal de 131 receptores adultos. Destes, 111 pacientes (72%) foram considerados NAd. PCi foram descritos em 67 biópsias, 54 (p = 0,02) de pacientes NAd. Além disso, biópsias de pacientes NAd tiveram uma porcentagem média mais alta (17,84%) de fibrose intersticial e atrofia tubular (IC95% 15,16-20,53) (p = 0,015). Dezoito dos 101 pacientes tinham DSA de novo no momento da biópsia, a maioria dos quais (16) eram pacientes NAd (p = 0,053).

Discussão e Conclusões

A maior prevalência de PCi em pacientes NAd mostra a importância de monitorar a adesão ao tratamento no período pós-transplante para identificar esses pacientes e, assim, evitar a rejeição severa tardia.

Palavras Chave

Transplante renal, adesão ao tratamento, infiltrados plasmocitários.