Dados do Trabalho


Título

Regime restritivo de hidratação venosa guiada por variação de pressão de pulso em receptores de transplante renal: Impacto na função inicial do enxerto.

Introdução

A hidratação restritiva (HR) constitui tendência em anestesia, viabilizada por recursos menos invasivos, como derivativos de variação dinâmica de pressão de pulso (VPP) ou de volume/pressão sistólicos. O transplante renal (TR), com o espectro do retardo da função inicial do enxerto (DGF), tem fugido a essa regra, com o uso de regimes liberais de fluidos. O objetivo deste estudo foi avaliar o impacto da HR com cristaloides na incidência de DGF.

Material e Método

Coorte retrospectiva de centro único incluindo 139 pacientes TR com doador falecido (DF) no período de 04/2018 a abril/2019, com monitorização dinâmica no intra-operatório (IO) da VPP como guia da reposição volêmica mínima (VPP >13%). Quando necessário, foi empregado suporte vasoativo adicional, para manutenção de PA média acima de 90mmHg, sobretudo após a reperfusão de enxerto. DGF foi definida como a necessidade de diálise na primeira semana pós-TR.

Resultados

A maioria dos pacientes foi do sexo masculino (58%), com idade média de 46 anos, incluindo 14 crianças com idade entre 2-17 anos. O volume médio de hidratação no IO foi de 1200 ml (700-1600 ml), próximo de 4-6ml/kg/h. Os pacientes foram divididos em dois grupos, de acordo com a preservação utilizada antes do TR: G1, TR de rins com preservação estática (PE, n=101) e G2, TR de rins preservados em máquina de perfusão (PMP, n=38). A taxa de DGF foi menor no G2 [36% vs 18% (p=0,06)], bem como a média de sessões de diálise [5,2 ± 5,7 vs 3,1 ± 2,5 (p=0,030)].

Discussão e Conclusões

Em receptores de TR, a HR baseada na VPP possibilitou o manejo adequado de fluidos no IO, com excelente adequação da perfusão do enxerto. A incidência de DGF foi baixa nos dois grupos, comparada aos resultados de estudos anteriores do nosso centro: 18 vs 30% para PMP (p=0,064) e 36 vs 53% para PE (p=0,020).

Palavras Chave

Anestesia
DGF
máquina de perfusão

Área

RIM - Complicações

Instituições

Hospital Geral de Fortaleza - Ceará - Brasil, Universidade Federal do Ceará - Ceará - Brasil

Autores

Thyago Araújo Fernandes, Sara Rocha Barreira, Rachel Oliveira Gomes Ribeiro, Celi Celi Girão, José Anastácio Dias Neto, Tainá Veras Sandes-Freitas, Ronaldo Matos Esmeraldo