Dados do Trabalho

Título

RESULTADOS DO TRANSPLANTE HEPÁTICO EM PACIENTES COM TROMBOSE DE VEIA PORTA

Introdução

A Trombose de Veia Porta (TVP) é uma complicação comum da cirrose, com uma prevalência entre 10% a 25%, além de ser um fator de risco independente para alta mortalidade após o transplante hepático. Notadamente, a TVP aumenta os riscos no grupo de pacientes mais debilitados, como demonstrado naqueles com MELD elevado e que receberam cuidados intensivos durante o transplante hepático.

Material e Método

Estudo retrospectivo, incluindo pacientes submetidos a transplante hepático com diagnóstico de cirrose hepática de etiologias distintas, associada a trombose de veia porta, entre os anos de 2009 e 2016, operados no serviço de Transplante de Fígado e Órgãos do Aparelho Digestivo do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo.

Resultados

Neste período, foram operados 33 pacientes com trombose de veia porta. A estratégia mais comum para revascularização do enxerto foi jump graft da veia mesentérica superior (37%, n=12), seguida de trombectomia e anastomose primária (27%, n=9), uso de colateral (21%, n=7) e fixação de trombo (15%, n=5). A sobrevida em 3 meses foi de 83,3% e em 1 ano de 66,7%. Os óbitos estiveram relacionados com MELD mais elevado (média de MELD vivos 21,7 x MELD óbitos 25,2). Quando dividida por eras, de 2009 a 2011 e 2012 a 2016, a sobrevida em 1 ano apresentou significativo aumento (65.2% x 80%).

Discussão e Conclusões

O transplante de fígado em pacientes portadores de trombose de veia porta apresenta sobrevida aceitável, que tem melhorado com o passar dos anos. O uso de enxertos venosos para jump graft, trombectomia e anastomose com vasos colaterais são estratégias úteis para revascularização do enxerto, mas que demandam acentuada expertise, direcionando tais casos para centros de grande volume.

Palavras Chave

HIPERTENSÃO PORTAL
TRANSPLANTE DE FÍGADO
TRANSPLANTE