Dados do Trabalho

Título

RESULTADOS DO USO DE ENXERTOS HEPÁTICOS GRANDES (LARGE GRAFTS) EM PACIENTES ADULTOS

Introdução

Apesar de rara em casos de transplante hepático adulto, a síndrome large-for-size pode trazer morbidade significativa. Enxertos de tamanho grande, em geral, maiores de 1800 gramas, são tradicionalmente usados com maior cautela devido ao maior risco de complicações pós-operatórias, como disfunção primária de enxerto, insuficiência renal e não-fechamento de parede abdominal.

Material e Método

Estudo retrospectivo de pacientes submetidos ao transplante hepático e que receberam enxertos com peso superior a 1800 g, operados no serviço de Transplante de Fígado e Órgãos do Aparelho Digestivo do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo, no período de 2004 a 2018.

Resultados

Foram operados 69 pacientes (54 homens e 15 mulheres), com idade média 50,2 anos. A taxa de retransplante foi de 8,69% (N=6), e a mortalidade em 30 dias foi de 18,8% (N=13). A taxa de disfunção do enxerto e de disfunção renal foram, respectivamente, 28,8% (N=20) e 65,38% (N=45). O tempo de isquemia quente foi de 40,2 minutos (+/-3,6min). Não-fechamento da parede abdominal ocorreu em 5,79% dos casos (N=4). Cerca de 46,3% dos enxertos apresentavam esteatose (N=32), sendo 31,8% (N=22) leve, 5,8% (N=4) moderada e 8,7% (N=6) grave.

Discussão e Conclusões

O uso de enxertos grandes com peso maior que 1800 gramas está relacionado a taxa elevada de disfunção de enxertos e insuficiência renal. A presença de esteatose, mesmo que leve, também é alta. Assim, uma seleção adequada de receptores para tais órgãos se faz necessária para otimização dos resultados.

Palavras Chave

TRANSPLANTE DE FÍGADO
TRANSPLANTE DE ÓRGÃOS