Dados do Trabalho

Título

Complicações Vasculares Múltiplas: Relato de caso

Introdução

As principais causas de retransplantes precoce (até 60 dias) são disfunção primária do enxerto e complicações vasculares; e tardio, rejeição crônica e complicação biliar.

Material e Método

Revisão do prontuário médico, análise pré e pós-operatório do paciente. Apoio na literatura com busca não sistematizada nas plataformas PubMed e Scielo.

Resultados

Paciente, sexo masculino, 66 anos, histórico de obesidade, diagnosticado com NASH e portador de TIPS. Foi submetido a um transplante de fígado, pela técnica PiggyBack, no dia 28/12/18. Evoluiu com não funcionamento primário do enxerto e foi submetido à retransplante hepático(ReTx), pela mesma técnica, nas primeiras 24 horas. Evoluiu bem no pós-operatório mediato, mas desenvolveu um quadro de colestase. Foram diagnosticadas subestenoses da artéria hepática, da veia porta e das veias hepáticas. Foi submetido a dilatação endovascular e colocação de prótese nos três vasos acometidos. Persistiu o quadro de colestase e o paciente foi submetido a segundo Retx pela tecnica convencional, com remoção completa do enxerto anterior e dos stents, no dia 27/04/19

Discussão e Conclusões

Não funcionamento primário do enxerto é um dos principais motivos de ReTx precoce, e está relacionado à fatores ligados ao doador, à cirurgia e ao receptor. No nosso centro, 70% dos doadores são classificados como limítrofes. As subestenoses que acometeram as três anastomoses vasculares nesse paciente, após o primeiro Retx, provavelmente estão relacionadas à presença de tecido vascular interposto remanescente do primeiro transplante, já que o enxerto apresentou graves lesões de isquemia-reperfusão. A utilização de tecido vascular interposto remanescente de transplante anterior pode determinar estenose das anastomoses vasculares.

Palavras Chave

Transplante de fígado, complicações pós operatórias, disfunção primaria do enxerto