Dados do Trabalho

Título

PERFIL DOS DOADORES DE FÍGADO DA UNIDADE DE TRANSPLANTE DE FÍGADO DE PERNAMBUCO

Introdução

O Brasil ocupa posição de destaque mundial como um dos maiores centros públicos de transplantes. Somente após o consentimento familiar pode ocorrer a cirurgia de remoção de órgãos de doadores em Morte Encefálica (ME). O nosso objetivo foi traçar o perfil epidemiológico e clínico dos doadores de fígado.

Material e Método

Estudo de coorte retrospectivo dos transplantes realizados na Unidade de Transplante de Fígado de Pernambuco (UTF-PE) entre 2006 e 2016.

Resultados

Foram analisados 588 transplantes com doadores falecidos. A média de idade foi 39,1 ± 16, sendo em sua maioria, doadores do sexo masculino (60,1%), de etnia parda (46,1%), Índice de Massa Corporal médio de 25,3 kg/m2, etnia parda (46,1%) e AVE (48%) como a principal causa de ME . A maioria das cirurgias de remoção de órgãos foi realizada em hospitais do Recife e Região Metropolitana (59,9%). Dentre os fatores de risco, 17, 3% tinham idade acima de 55 anos; 19.4% apresentaram PCR; 85,3% estavam em uso de droga vasoativa; 28,8% tinham mais de 4 dias de internação; 5,3% tinham esteatose macroscópica > 30%; 4,3% tiveram o tempo de isquemia total > 12h; 44,3% tinham o Na > 155mEq/L; 19,2% tinham AST > 140mEq/L e 9,4% tinham ALT> 170 mEq/L.

Discussão e Conclusões

Em virtude da escassez de órgãos, as equipes de transplantes necessitaram ampliar os critérios para a aceitação do doador. No Brasil, os doadores de órgãos são predominantemente na faixa etária de 50 a 64 anos (35%) e como causa da ME o AVE (53%), segundo dados do RBT de 2018. Nos Estados Unidos, 33% dos doadores têm mais de 50 anos, e nos países europeus doadores nessa idade correspondem a mais de 50%. Segundo Feng et al, dentre os fatores de risco mais importantes com implicações na evolução do transplante, a idade do doador foi o principal critério.

Palavras Chave

Morte Encefálica, Transplante de órgãos, Doação de órgãos