Dados do Trabalho

Título

Equipe especializada em extração de órgãos abdominais: análise de resultados

Introdução

A viabilidade do doador e, mais precisamente a utilidade de um enxerto hepático, em última análise, é definida pela equipe de extração do centro transplantador que o utilizará. Pela primeira vez uma equipe de extração de órgãos foi formada para retirada do enxerto hepático, independente do centro transplantador. Descrevemos aqui esta experiência inovadora em solo brasileiro.

Material e Método

Foram avaliados os procedimentos de extração de órgãos abdominais (fígado e rins) realizados por uma equipe de extração de órgãos no Estado de São Paulo no período de Janeiro de 2016 a Abril de 2019. Os dados foram comparados aos das extrações realizadas no mesmo Estado, disponibilizados pelo site da Central de Transplantes (www.ctxses.saude.sp.gov.br).

Resultados

Durante os 40 meses avaliados, foram realizados 562 extrações de fígado para transplante, com aproveitamento, ou seja, utilização do enxerto hepático em 70,5% das vezes, comparado a taxa de 52,2% em todo o Estado de São Paulo, no mesmo período. Além disso, destas 562 extrações, 90 delas ocorreram conjuntamente à retirada de rins pela mesma equipe cirúrgica e em outros 125 procedimentos houve apenas extração exclusiva renal.

Discussão e Conclusões

A utilização de uma equipe exclusiva para retirada de órgãos não se apresenta como regra no Brasil, apesar de se mostrar eficaz em alguns países ao redor do mundo. Tal prática objetiva melhorar a taxa de aproveitamento dos órgãos doados com aumento da expertise dos profissionais envolvidos nestes procedimentos. Além disso, mostra que a viabilidade do enxerto hepático não deve estar vinculada à característica do receptor no momento da extração, isto é, o fígado inutilizável para um receptor pode ser a salvação para outro. Em nossa opinião, tal experiência se mostra absolutamente eficiente.

Palavras Chave

extração de órgãos
doação de órgãos
fígado