Dados do Trabalho

Título

Transplante Hepático para Hepatocarcinoma: o Uso de Dispositivos de Recuperação Intra-Operatória de Sangue é Seguro?

Introdução

Os dispositivos de recuperação intra-operatória (DRIS) (Cell Saver(R) e outros) possibilitam que o sangue perdido pelo paciente seja reinfundido nele mesmo. Os DRIS são frequentemente utilizados em cirurgias de grande porte, acarretando uma diminuição da necessidade de uso de transfusões sanguíneas. A segurança do uso desses dispositivos em pacientes oncológicos tem sido questionada. O objetivo do presente estudo é avaliar o uso dos DRIS no transplante hepático (TXH) em pacientes com carcinoma hepatocelular (CHC).

Material e Método

Todos os pacientes adultos submetidos a um primeiro TXH para CHC em um único centro no período 2002 a 2018 foram incluídos. Os pacientes em que foram utilizados os DRIS foram comparados aos pacientes nos quais esses dispositivos não foram utilizados. A sobrevida foi calculada através do Método de Kaplan-Meier, e a comparação entre os dois grupos foi realizada através do teste Log-Rank (um valor de p < 0,05 foi considerado estatisticamente significativo).

Resultados

Um total de 155 pacientes foram incluídos neste estudo. Em 121 pacientes, os DRIS foram utilizados no transoperatório, e em 34 pacientes esses dispositivos não foram necessários, devido a uma perda sanguínea de menor monta. Para o grupo DRIS sobrevida em 1, 3 e 5 anos foi 84.8%, 76.9% e 68.2% vs. 85.3%, 71.5% e 67.5% para o grupo controle (p=0.82). Pacientes que não utilizaram o DRIS e nem receberam transfusão sanguínea não apresentaram melhor sobrevida do que os demais (p=0.48). Transfusão não esteve associada à piora na sobrevida (p=0.55).

Discussão e Conclusões

A utilização dos DRIS parece ser uma alternativa segura no TXH por CHC.

Palavras Chave

Transplante Hepático; Transplante de Fígado; Carcinoma Hepatocelular; Dispositivos de Recuperação Intra-Operatória de Sangue; Cell Saver (R)