Dados do Trabalho

Título

TRANSMISSÃO DE CORIOCARCINOMA A PARTIR DE TRANSPLANTE RENAL: RELATO DE CASO

Introdução

Transplante de órgãos tem risco de transmissão de doenças infecciosas ou neoplásicas. A transmissão de coriocarcinoma, tumor raro de origem trofoblástica, de evolução rápida e altamente metastático, raramente é descrita.

Material e Método

Análise retrospectiva com revisão de prontuário de paciente tratado com transplante renal (TX) no Hospital Universitário Walter Cantídio.

Resultados

A doadora, uma paciente de 17 anos, falecida por acidente vascular hemorrágico por má-formação arteriovenosa. De acordo com a Central Estadual de Transplantes, a doadora não apresentava histórico de neoplasias. O receptor, um paciente de 65 anos, com doença renal crônica estágio V por pielonefrite tubulointersticial associada ao uso abusivo de anti-inflamatórios, em tratamento conservador. Foi submetido a TX, sem intercorrências. Evoluiu com boa diurese, sem complicações. Após 59 dias do TX, manteve piora da função renal e cursou com infecção do trato urinário por bactéria ESBL positivo, sendo tratado com ertapenem. Foi solicitado um ultrassom renal que evidenciou nódulo sólido, hipoecóico, com vascularização, no 1/3 médio do enxerto renal, medindo 3,0 x 2,8 cm. Foi submetido à nefrectomia, seguida de quimioterapia. O paciente evoluiu para óbito rapidamente, com metástases de pulmão e parede abdominal, o que evidenciou a alta agressividade desse tumor.

Discussão e Conclusões

O coriocarcinoma é caracterizada por altos níveis de HCG. Qualquer paciente com suspeita de coriocarcinoma deve ter a doação de seus órgãos contraindicada. No Brasil, não há recomendação de realizar beta-HCG em doador feminino em idade fértil com histórico de gravidez recente. No caso relatado, apesar do diagnóstico e conduta precoces, houve ausência de resposta à quimioterapia e evolução fatal.

Palavras Chave

Coriocarcinoma. Doação de órgãos. Enxerto renal. Transplante renal.