Dados do Trabalho

Título

Impacto do uso de dreno abdominal no diagnóstico de complicações no transplante hepático

Introdução

O uso do dreno abdominal em transplante hepático (TH) não é um consenso na literatura. Sua utilização varia conforme protocolo adotado em cada serviço especializado. O objetivo desse estudo é avaliar o impacto do uso do dreno abdominal no diagnóstico de complicações e reoperações em até 30 dias após o transplante hepático.

Material e Método

Foram revisados os dados clínicos referentes ao uso de dreno abdominal e reoperações em até 30 dias de pacientes submetidos a transplante hepático no Instituto de Cardiologia do Distrito Federal entre janeiro de 2013 e março de 2019. Os pacientes foram divididos em dois grupos: uso de dreno e ausência de dreno, sendo analisados dados referentes a indicação da reoperação, diagnóstico precoce de sangramento e fístula biliar, mortalidade em 30 dias. Considerou-se associação significativa se p<0,05.

Resultados

Foi realizado pareamento entre os grupos para que se tornassem homogêneos quanto as variáveis pré-operatórias. A análise estatística mostrou não haver diferença significativa entre o número de reoperações em pacientes que não utilizaram dreno. Além da ausência do dreno abdominal não retardar o diagnóstico precoce de sangramento e fístula biliar no pós-operatório em até 30 dias no TH, não influenciando na mortalidade no período.

Discussão e Conclusões

O uso de dreno abdominal no TH não foi associada a melhores resultados pós-operatórios quando avaliado reoperações por sangramento e fístula biliar. O benefício do seu uso não foi comprovado, porém ele não está contraindicado, ficando a critério da equipe a sua utilização. O trabalho demostrou que a ausência de dreno no pós-operatório do transplante hepático é seguro e não influencia no número de reoperações por sangramento e fístula biliar.

Palavras Chave

Dreno; reoperação; transplante hepático; transplante de fígado; fístula biliar; sangramento.