Dados do Trabalho

Título

Infecção no pós operatório de Transplante Hepático por Germe Multi - resistente: análise de 452 pacientes em 10 anos.

Introdução

A infecção de corrente sanguínea (ICS) é afecção grave associada a alta morbimortalidade, especialmente na sua apresentação mais grave - choque séptico. Pacientes submetidos a transplante hepático (TH) apresentam risco maior de desenvolverem esta complicação, especialmente no pós-operatório recente. Assim, é necessário conhecimento da epidemiologia local e melhor entendimento das ICS nesta população. Objetivou-se avaliar, em um único centro, a incidência de ICS comprovadas pós TH até o 60º dia pós-operatório, assim como a frequência relativa dos patógenos isolados e avaliar a sobrevida dos pacientes com ICS por patógenos sensíveis e resistentes a múltiplas drogas (MDR).

Material e Método

Foram avaliados os pacientes submetidos a TH entre janeiro de 2005 e junho de 2016, no Hospital das Clínicas da Universidade Estadual de Campinas, sendo analisada a causa do TH, tempo de permanência em UTI, sobrevida, MELD e MELD sódio, albumina sérica pré-operatória e as hemoculturas coletadas nos 60 primeiros dias pós TH.

Resultados

No período, 452 pacientes foram submetidos a TH, sendo que 106 pacientes tiveram um total de 155 episódios de ICS, dos quais 45,8% foram causadas por patógenos MDR. Não houve tendência linear ao aumento de ocorrência de patógenos MDR. A sobrevida dos pacientes com ICS por patógeno MDR foi significativamente menor (p=0,023) do que a dos pacientes sem infecção. Houve relação entre albumina sérica, MELD e MELD sódio com a ocorrência de ICS, sendo que aumento de cada ponto no MELD e MELD sódio aumentam em 6,3% e a diminuição de 1g/dL na albumina aumenta em cerca de 2 vezes o risco de ICS por patógenos MDR.

Discussão e Conclusões

A incidência de ICS entre receptores de TH no pós-operatório recente é alta, e associada a maior mortalidade quando causada por patógenos MDR.

Palavras Chave

Infecção de Corrente Sangüínea.