Dados do Trabalho

Título

Complicações de vias biliares pós transplante de fígado: baixa incidência

Introdução

O transplante de fígado (TF) é o tratamento de escolha para doença terminal do fígado, com sobrevida de 80% em três anos. As complicações de vias biliares (CVB) são relacionadas à morbidade, mortalidade e perda de enxerto no pós-operatório (PO). Incidência das CVB é 6 a 35, as principais: fístula biliar (FB) e estenose de via biliar (EVB), incidência de 7,8% e 12%. Os principais fatores de risco são: idade do doador, tempo de isquemia (TI) e enxertos marginais. Objetivo: Analisar as CVB de pacientes transplantados no serviço, discutir estratégias cirúrgicas e fatores associados a fim de diminuir sua incidência e obter melhor sobrevida.

Material e Método

Estudo longitudinal retrospectivo, de 176 pacientes transplantados na Santa Casa de São José dos Campos de 2009 a 2016. Excluídos 32 pacientes que faleceram por outras causas em menos de 3 meses.

Resultados

Resultados: A incidência de CVB pós TF foi de 4,16% (n=6). EVB ocorreu em 3,47% (n=5), sendo três tardias e uma precoce. FB ocorreu em 0,69% (n=1), de forma precoce. Dos pacientes sem CVB, foram obtidas as seguintes médias: idade dos doadores 36 anos, idade dos receptores 54 anos, TI morna 50 minutos, TI fria seis horas e 45 minutos e internação 17 dias. Dos pacientes com CVB, as médias das variáveis foram: de idade do doador 36 anos, idade dos receptores 54 TI morna 50 minutos TI fria seis horas e 22 minutos e internação 28 dias.

Discussão e Conclusões

Pode-se concluir que embora as CVB sejam uma das complicações mais comuns e preocupantes no PO de TF, estratégias cirúrgicas individualizadas associadas à experiência da equipe, refinamento técnico, seleção criteriosa dos doadores, baixo TI podem influenciar em uma menor incidência de CVB e melhor sobrevida.

Palavras Chave

complicações de vias biliares, transplante hepático, transplante de fígado, estenose de via biliar, fístula biliar