BRAMS 2022 TIRADENTES

Dados do Trabalho


Título

DEFEITO DE CAMPO VISUAL COMO MANIFESTAÇAO DE RETINOPATIA EXTERNA ZONAL OCULTA (AZOOR) E A IMPORTANCIA DA AVALIAÇAO MULTIMODAL

Objetivo

Relatar caso em que queixa de defeito campimétrico associado a propedêutica complementar possibilitaram diagnóstico de retinopatia externa zonal aguda (AZOOR).

Métodos

Relato de caso

Resultados

Paciente masculino, 19 anos, com queixa consistente de escotoma fixo no olho esquerdo (OE) há 1 semana. Sem comorbidades, história de traumas ou cirurgias. AV corrigida de 20/20 em ambos os olhos. Biomicroscopia e fundoscopia sem alterações. Campimetria computadorizada evidenciou escotoma relativo temporal inferior no OE. OCT sem alterações neste olho. Encaminhado à neuro-oftalmologia, realizada campimetria manual, que reiterou a presença deste escotoma. Nova fundoscopia evidenciou área de descoloração do fundo, em correspondência à área hiperautofluorescente nasal ao disco óptico (DO) demonstrada em autoflúor. Feito novo OCT no OE, que revelou perda da camada elipsóide nasal superior ao DO, em topografia da lesão. Diante da hipótese diagnóstica de AZOOR, foi optado por conduta expectante. Repetido OCT e autoflúor em 2 meses, com manutenção das alterações.

Discussão e Conclusões

Apresentação inicial da AZOOR envolve aparecimento de escotomas correspondentes às áreas de disfunção na retina externa e fotopsias. A fisiopatologia não é bem compreendida, embora possíveis causas sejam autoimunidade direcionada ao complexo fotorreceptores/EPR ou associação com infecções virais. O início dos sintomas é mais comumente unilateral, porém pode haver progressão para bilateralidade. A fundoscopia pode apresentar-se sem alterações aparentes, com mobilizações pigmentares a nível de EPR e atenuação arteriolar com a progressão. OCT pode evidenciar desde alterações leves em zona elipsoide até comprometimento difuso de EPR e coriocapilar, podendo se estender à retina interna. Apesar de ser imperiosa a investigação neuro-oftalmológica em pacientes com escotoma e fundoscopia normal, não se pode deixar de considerar AZOOR como diagnóstico. Esse caso ilustra a importância da avaliação multimodal para diagnóstico e seguimento dessa patologia.

Palavras Chave

AZOOR, campo visual, propedêutica, avaliação multimodal

Área

Clínica

Instituições

Instituto de Olhos Ciências Médicas de Minas Gerais - Minas Gerais - Brasil

Autores

Lucas Assis Costa, Erika Pacheco Magalhães Diniz, Luciano Mesquita Simão