CONGRESSO PAULISTA DE CIRURGIA - 21º ASSEMBLÉIA CIRURGICA DO CBCSP

Dados do Trabalho


TÍTULO

FISTULA ENTEROCUTANEA COMO COMPLICAÇAO EM POS-OPERATORIO TARDIO DE APENDICECTOMIA: RELATO DE CASO

INTRODUÇÃO

As fístulas enterocutâneas podem ser oriundas ou não de procedimentos cirúrgicos, secundárias a traumas abdominais, entre outras etiologias. Sendo que a fístula pós-operatória representa mais de 90% de todas as fístulas gastrointestinais e estão sempre relacionadas com algumas das principais complicações da cirurgia do aparelho digestivo. De acordo com Chapman, Foran e Dunphy, a mortalidade tem diminuído, e parece ter estabilizado. O índice de fechamento espontâneo continua a aumentar, atribuído em algumas vezes à intervenção cirúrgica precoce, ao controle da sepse e suporte nutricional adequado. Neste trabalho pretendemos relatar o caso de um paciente jovem sem comorbidades que evoluiu com a formação de fístula enterocutânea no pós-operatório tardio de apendicectomia.

RELATO DE CASO

T.S.A, 27 anos, masculino foi admitido no serviço de Emergência referindo início há 72 horas de dor abdominal de forte intensidade de início súbito e caráter progressivo, mais proeminente em flanco direito e há um dia com irradiação para região lombar. Referia sensação de uma massa em região de flanco direito. Paciente sem comorbidades com histórico de apendicectomia há 20 dias sem intercorrências durante o procedimento recebendo alta hospitalar no quarto dia de pós-operatório. Ao exame físico abdominal: presença de abaulamento discreto não delimitado em região de flanco direito. Incisão de Mc Burney sem flogose, ausência de distensão ou sinais de peritonite generalizada. Na admissão evoluiu com picos febris e drenagem espontânea de grande quantidade de secreção fétida purulenta por orifício em ferida operatória. O US de abdome revelou presença de coleção hipoecoica em fossa ilíaca direita com gás em seu interior. A TC de abdome revelou presença de coleção heterogênea com focos gasosos de permeio, lobulada com realce parietal após contraste intravenoso acometendo as regiões de flanco e fossa ilíaca à direita, espaço pararrenal posterior direito, adjacente ao músculo psoas, e, estendendo para a goteira parietocólica ipsilateral, medindo 5,2cmx3,4cm. Tal coleção apresenta pertuito com planos superficiais cutâneos compatível com fístula enterocutânea em decorrência de uma complicação tardia pós operatória de apendicectomia. Em virtude da drenagem espontânea da coleção e, da ausência de sinais de sepse, optou-se pelo tratamento conservador com medidas de suporte clínico. Paciente evoluiu bem, recebendo alta com remissão da dor, normalização da leucometria e de provas inflamatórias e ausência de débito em fístula.

DISCUSSÃO

As fístulas gastrointestinais são complicações frequentes no pós-operatório de cirurgias abdominais. A localização anatômica da fístula e volume drenado em 24 horas determinam a escolha da Terapia adequada. O fechamento espontâneo tem atingido índice de até 95,0% porém em algumas circunstâncias a intervenção cirúrgica é inevitável. É preciso que tal complicação receba o diagnostico precoce e suporte terapêutico imediato.

PALAVRAS CHAVE

fístula, apendicectomia, drenagem,sepse

Área

MISCELÂNIA

Instituições

União das Faculdades dos Grandes Lagos - São Paulo - Brasil

Autores

LETICIA OLIVEIRA, Laísa Ferraz Arruda, Kelvin Ferrari Corniani, Aline Patrícia Soares Dias de Souza, Eduardo Sônego de Toledo, Maisa Ramos Buissa