CONGRESSO PAULISTA DE CIRURGIA - 21º ASSEMBLÉIA CIRURGICA DO CBCSP

Dados do Trabalho


TÍTULO

HEPATECTOMIA DIREITA LAPAROSCOPICA NO TRATAMENTO DA LESAO IATROGENICA COMPLEXA DA VIA BILIAR

INTRODUÇÃO

Uma lesão biliar complexa associada à lesão vascular durante colecistectomia laparoscópica é uma indicação para ressecção hepática. Em algumas circunstâncias, é necessária uma grande ressecção hepática e pode ser o tratamento definitivo.
Objetivo deste vídeo é apresentar uma hepatectomia direita laparoscópica em paciente com lesão biliar complexa.

RELATO DE CASO

Paciente do sexo feminino, 24 anos foi submetida à colecistectomia laparoscópica. No primeiro dia de pós-operatório, ela apresentou dor aguda no quadrante superior direito. Ela então foi reoperada por laparoscopia. Na reintervenção, um enorme volume de bile foi encontrado. A fonte de vazamento não foi clara e a cavidade abdominal foi drenada. O dreno foi removido após 3 semanas, quando a drenagem parou. Ela então teve várias crises de colangite. A CPRE revelou a integridade do ducto biliar principal e foi considerado normal no momento. A revisão posterior mostrou que o ducto hepático direito não foi contrastado. Ela manteve enzimas hepáticas muito elevadas. A tomografia computadorizada mostrou coleção de bile na área sub-hepática. Ela foi submetida a outra laparoscopia, onde foram encontradas múltiplas adesões e a coleção foi drenada. Após 6 semanas, a drenagem parou, mas ela continuou a apresentar colangite e foi encaminhada para nosso serviço. A RM revelou um fígado direito atrofiado com dilatação do ducto hepático direito, lesão da artéria hepática direita e sinais de colangite. O fígado esquerdo era normal. Este caso foi discutido por equipe multidisciplinar, e hepatectomia direita foi proposta. Apesar das 3 intervenções anteriores e informações anteriores sobre adesões extremas, decidimos iniciar a operação por laparoscopia. Foi realizada então hepatectomia direita com acesso intra-hepático ao pedículo Glissoniano direito em virtude da manipulação prévia do hilo hepático.
O tempo cirúrgico foi de 220 minutos. A perda de sangue foi de 400 mL e não houve necessidade de transfusão. A recuperação foi sem intercorrências, e ela foi de alta no 4º dia pós-operatório. O dreno foi removido no 7º dia pós-operatório. Enzimas hepáticas normalizaram após a cirurgia. Fígado esquerdo apresentou hipertrofia satisfatória. Ela está bem e assintomática 15 meses após a operação.

DISCUSSÃO

A hepatectomia direita laparoscópica é factível em pacientes selecionados com lesão biliar complexa. A abordagem Glissoniana intra-hepática é indicada nos casos com dissecção prévia da placa hilar. Em uma revisão recente, apenas 99 pacientes na literatura foram submetidos a ressecção hepática após lesão do ducto biliar. Nenhum deles foi realizado por laparoscopia.

PALAVRAS CHAVE

Fígado; Videolaparoscopia; Técnica; Lesão iatrogênica de via biliar

Área

FÍGADO, VIAS BILIARES E PÂNCREAS

Instituições

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - São Paulo - Brasil

Autores

Tiago Basseres, Fabio Makdissi, Rodrigo Surjan, Marcel Autran Machado