CONGRESSO PAULISTA DE CIRURGIA - 21º ASSEMBLÉIA CIRURGICA DO CBCSP

Dados do Trabalho


TÍTULO

PANCREATODUODENECTOMIA TOTALMENTE ROBOTICA (RESSECÇAO E RECONSTRUÇAO)

INTRODUÇÃO

A cirurgia minimamente invasiva ganhou crescente aceitação nos últimos anos, expandindo-se para a duodenopancreatectomia. Pancreatoduodenectomia laparoscópica já é considerado um procedimento viável, seguro e eficaz nas mãos de um cirurgião experiente. No entanto, a aplicabilidade da técnica minimamente invasiva em larga escala ainda está restrita aos centros de grande volume bem como os melhores resultados. A destreza aprimorada do sistema robótico oferece uma boa oportunidade para executar este procedimento desafiador no contexto minimamente invasivo e expandir seu uso a um número maior de cirurgiões. No Brasil, o uso do robô na duodenopancreatectomia tem sido mais comumente empregado na fase de reconstrução. Este vídeo tem o objetivo de mostrar que o uso do robô pode ser muito útil também na fase de ressecção.

RELATO DE CASO

Paciente do sexo feminino, 69 anos, apresentou um quadro de icterícia obstrutiva há cerca de quatro meses. Realizada CPRE que mostrou cálculo em via biliar e em vesícula. Feita papilotomia e submetida à colecistectomia por laparoscopia no serviço de origem. Evoluiu com novo episódio de icterícia, submetida à ecoendoscopia que mostrou área suspeita ao redor do colédoco distal cuja biópsia veio suspeita para neoplasia maligna. Foi então encaminhada para nossa equipe. Foi proposta pancreato-duodenectomia minimamente invasiva com uso de Robô Da Vinci. Foi então submetida à pancreato-duodenectomia com preservação de piloro, linfadenectomia com ressecção e reconstrução por via robótica. A visão 3D e magnificação de imagem possibilitou uma cirurgia oncológica com dissecção rente à artéria mesentérica superior, identificação da artéria pancreato-duodenal inferior (IPA) e linfadenectomia adequada. Reconstrução foi feita de maneira habitual e anastomoses pancreato-jejunal, hepático-jejunal e duodeno-jejunal foram realizadas sem dificuldade dada liberdade de movimentos que o sistema robótico permite, apesar de pâncreas ter consistência mole e ducto fino.
Tempo operatório foi de 456 minutos com mínimo sangramento e não houve necessidade de transfusão sanguínea. Paciente apresentou hiperamilasemia em dreno e discreta gastroparesia, com tratamento conservador e recuperação completa. Recebeu alta no 10º dia de pós-operatório. Anátomo-patológico confirmou adenocarcinoma em colédoco distal. No momento em seguimento oncológico.

DISCUSSÃO

A pancreatoduodenectomia robótica é segura e viável, com resultados oncológicos aceitáveis para pacientes altamente selecionados em mãos de cirurgiões experientes. No entanto, preocupações como resultados a longo prazo, análise de custo-efetividade e análise da curva de aprendizado devem ser totalmente demonstradas antes da popularização desse procedimento.

PALAVRAS CHAVE

Da Vinci; Robô; pancreatoduodenectomia; minimamente invasiva; técnica; pâncreas

Área

FÍGADO, VIAS BILIARES E PÂNCREAS

Instituições

Hospital nove de Julho - São Paulo - Brasil

Autores

Tiago Basseres, Fabio Makdissi, Rodrigo Surjan, Ricardo Abdalla, Marcel Autran Machado