CONGRESSO PAULISTA DE CIRURGIA - 21º ASSEMBLÉIA CIRURGICA DO CBCSP

Dados do Trabalho


TÍTULO

INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO COMO COMPLICAÇÃO CIRÚRGICA DE RETOSSIGMOIDECTOMIA- RELATO DE CASO

INTRODUÇÃO

O câncer colorretal (CCR) é a 3ª causa de morte por neoplasia maligna no Brasil. A retossigmoidectomia, assim como outras cirurgias de grande porte, possuem complicações que podem levar ao óbito. Dentre as principais complicações pós-operatórias, os danos cardíacos são as de maior morbidade e mortalidade. Cerca de 0,4% de todos os submetidos a cirurgia desenvolve Infarto Agudo do Miocardio (IAM). O atual relato de caso tem como objetivo descrever um caso de neoplasia colorretal e discutir o IAM como complicação pós-operatória. O método utilizado consiste em um estudo descritivo de relato de caso e revisão literária das bases de dados da Biblioteca Virtual de Saúde.

RELATO DE CASO

Homem 55 anos, previamente hígido e sem comorbidades, apresentou alteração do hábito intestinal, hematoquezia e perda ponderal importante em 04 meses. Foi investigado com colonoscopia, que revelou adenocarcinoma em reto médio, estadiado em T3N2M0. Iniciou o tratamento com radioterapia e quimioterapia neoadjuvante, e em seguida, foi submetido a retossigmoidectomia com anastomose primaria e ileostomia de proteção, finalizando com a quimioterapia adjuvante. Após 01 ano da cirurgia, foi internado para programar a reconstrução do transito intestinal e a colonoscopia pré-operatória revelou lesão recidivante a 3 cm da margem anal. O paciente foi então submetido à amputação abdominoperineal de reto e ressecção de cólon abaixado com colostomia terminal e linfadenectomia pélvica. Evoluiu no pós-operatório com bom funcionamento da ileostomia e foi anticoagulado profilaticamente. Apesar de possuir apenas o tabagismo como fator de risco, e ter o risco cardiológico pré-operatório classe I, no 6 pós-operatório evoluiu com desconforto respiratório, agitação, sudorese e óbito em menos de 12 horas, cuja a autópsia revelou IAM.

DISCUSSÃO

O risco de IAM é maior nos primeiros três dias do pós-operatório. O diagnóstico é difícil porque em 50 a 61% dos casos a dor torácica característica está ausente em virtude de sedação e de alterações cognitivas ou é atribuída à ferida cirúrgica. Cerca de 1/3 dos episódios de IAM são assintomáticos. A ausência de sintomas deve-se a efeitos residuais da anestesia e à administração de analgésicos no pós-operatório. Quanto a portadores de angina, deve ser considerada a revascularização miocárdica antes do procedimento cirúrgico eletivo em outro órgão. Apesar do crescente número de estudos sobre medicina perioperatória, a maioria deles está focada na estratificação do risco para tentar predizer a ocorrência dos eventos cardiovasculares, na busca por marcadores relacionados ao maior risco cirúrgico, na monitorização para tentar realizar a detecção precoce do IAM e nas estratégias para reduzir o seu risco, como a utilização de medicações.

PALAVRAS CHAVE

“retossigmoidectomia”; “complicações”; “infarto agudo do miocárdio”.

Área

COLOPROCTOLOGIA

Instituições

CENTRO UNIVERSITÁRIO BARÃO DE MAUÁ - São Paulo - Brasil

Autores

RICARDO GURGEL DOS SANTOS, PAULO HENRIQUE PISI, MANUELA PEREIRA LIGER, GUILHERME OLIVEIRA FRANCO