CONGRESSO PAULISTA DE CIRURGIA - 21º ASSEMBLÉIA CIRURGICA DO CBCSP

Dados do Trabalho


TÍTULO

AMPUTAÇAO TRAUMATICA DE ORELHA COM REIMPLANTE NAO-MICROCIRURGICO

INTRODUÇÃO

As orelhas representam importante unidade estética e funcional. Por seu posicionamento proeminente em relação à calota craniana, está sujeita a traumas. A anatomia cutânea e cartilaginosa é complexa, tornando a reconstrução auricular um dos grandes desafios da cirurgia plástica. O rico suprimento sanguíneo, baseado em duas principais artérias, a auriculotemporal e a auricular posterior promovem segurança em dissecções e torna possível a nutrição do retalho e da cartilagem mesmo em situações em que apenas um pequeno pedículo é mantido. Pode-se dividir o trauma de orelha em dois tipos, sendo o primeiro a amputação total, sem pedículo vascular, quando as técnicas de reimplantes exigem um reparo microcirúrgico imediato ou reconstrução posterior, e o segundo tipo com pedículo vascular, com a possibilidade de reimplante imediato.

RELATO DE CASO

Paciente masculino, 43 anos, vítima de agressão com vidro com duas horas de evolução, com ferimentos em membro superior esquerdo, região cervical e orelha esquerda. À chegada hipotenso, com PA 70x40mmHg, respondendo a expansão volêmica inicial com 2000ml de SF. Orelha esquerda com avulsão de cartilagem passando por hélice, fossa triangular, ramo inferior de antihélice, concha e antitrago. Retalho cutâneo sustentado por pequeno pedículo inferior de 8mm. Realizada limpeza exaustiva, dose inicial de Cefazolina 2g e cobertura local até transporte para a sala cirúrgica. Optado por sutura de cartilagem em sua posição anatômica com mononylon 5-0 incolor pontos simples, com adequado posicionamento final, e sutura de pele com mononylon 6-0 pontos separados. Orelha manteve-se edemaciada até o 10º pós-operatório, quando foram retirados os pontos, com coloração, enchimento capilar e posição adequados. Com um mês de pós-operatório, paciente relata retorno completo da sensibilidade e grande satisfação com o resultado final da cirurgia.

DISCUSSÃO

A amputação auricular pode trazer graves repercussões para o paciente, e a reconstrução representa procedimento complexo e com resultados diversos. Havendo a possibilidade de reimplante em único tempo após o trauma, esse torna-se o procedimento de escolha, reconstruindo a orelha sem necessidade de outros tecidos autógenos/sintéticos.

PALAVRAS CHAVE

orelha; amputação traumatica; reconstrução;

Área

PLÁSTICA

Instituições

UNESP Botucatu - São Paulo - Brasil

Autores

Guilherme Medeiros Paiva Bastida, Paulo Victor Cunha Costa, Mirella Cuziol, Renan Roldi Rossoni, Carolina Gomes Cachola, Marcelo Hanato Santos, Matheus Carvalho Sales Peres, Aristides Augusto Palhares Neto