CONGRESSO PAULISTA DE CIRURGIA - 21º ASSEMBLÉIA CIRURGICA DO CBCSP

Dados do Trabalho


TÍTULO

ADENOCARCINOMA GASTRICO RECIDIVADO APOS GASTRECTOMIA TOTAL COM ESOFAGECTOMIA PARCIAL, A SEGUNDA ABORDAGEM CIRURGICA

INTRODUÇÃO

O adenocarcinoma gástrico (AG) é conhecidamente o tumor maligno de estômago mais frequente, associado a mau prognóstico e gravidade de doença1,2. Atualmente, vem-se observando aumento de incidência de tumores em região de cárdia em relação aos distais no estômago, havendo associação com lesão esofágica por contiguidade2. O Câncer de esôfago é a oitava causa mais comum de câncer no mundo3. No Brasil, segundo estimativas do Instituto Nacional do Câncer para 2016, o câncer de esôfago aparece como o sexto mais incidente, para ambos os sexos4.

RELATO DE CASO

Paciente de 62 anos, sexo masculino, relatou perda ponderal, disfagia para líquidos e aumento da frequência dos vômitos há 3 meses. Na Endoscopia Digestiva Alta (EDA), foi evidenciado lesão ulcerovegentante infiltrativa em esôfago e estomago e histopatológico compatível com AG moderado a pouco diferenciado. Realizou investigação adicional com Tomografia Computadorizada de tórax e abdome total para estadiamento, sem evidencias de metástases. Durante o tratamento cirúrgico, observou-se tumor de transição esôfago-gástrica (Silvert III). Realizou-se então toracotomia anterolateral esquerda para esofagectomia distal com ampliação de margem esofágica, além de gastrectomia total, omentectomia e linfadenectomia à D2 Plus, esofagoenteroanastomose em Y de Roux. Exame histopatológico das peças cirúrgicas demonstra AG moderadamente diferenciado (T3N3Mx), com uma das margens livres de doença e outra comprometida, além de presença de metástase em linfonodo paraesofágico (1/3). Após 11 meses, com término do tratamento oncológico, paciente retorna com recidiva da doença. Nova EDA: anastomose a 34 cm da arcada dentária superior com lesão infiltrante obstruindo parcialmente a anastomose e histopatológico evidenciando AG túbulo-papilar moderadamente diferenciado grau II ulcerado. Feito novo estadiamento, sem sinais de carcinomatose. Sendo então submetido à esofagectomia total com transposição de colón. Paciente evoluiu a óbito no 21ºPO.

DISCUSSÃO

Apesar do progresso nos últimos anos com o tratamento cirúrgico e ressecção completa, a sobrevida em 5 anos é de apenas 15%, com taxa de recidiva local de até 70% das vezes5. A mortalidade pós-operatoria, definida como morte ocorrida em ate 30 dias após o procedimento cirúrgico acontece em cerca de 10% dos paciente submetidos a esofagogastrectomia com lifadenectomia6, desfecho este observado no caso.

PALAVRAS CHAVE

Adenocarcinoma gástrico; cancer avançado; gastrectomia total com esofagotomia parcial;

Área

ESÔFAGO, ESTÔMAGO E INTESTINO DELGADO

Instituições

Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará - Pará - Brasil

Autores

caroline moura uliana, kelvyn salorran nunes dos santos, luisa ribeiro costi, rilciane maria dos reis ribeiro, breno serique neves