CONGRESSO PAULISTA DE CIRURGIA - 21º ASSEMBLÉIA CIRURGICA DO CBCSP

Dados do Trabalho


TÍTULO

ESOFAGOPATIA E COMPLICAÇAO PLEUROPULMONAR: RELATO DE CASO

INTRODUÇÃO

O câncer esofágico é o 6o mais frequente entre os homens e o 13o entre as mulheres, excetuando-se o câncer de pele não melanoma, sendo o carcinoma epidermoide escamoso o mais comum,96% dos casos. A perfuração esofágica é incomum, e se não diagnosticada precocemente e sem o tratamento adequado, leva a complicações como mediastinite, sepse e falência de múltiplos órgãos, com alta mortalidade.

RELATO DE CASO

M.J.A,masculino,62 anos, disfagia para sólidos e perda ponderal de 6 kg em 3 meses. A endoscopia digestiva alta mostrou lesão ulcerada e irregular de 30 mm, friável, a 30 cm da arcada dentária superior, correspondendo a carcinoma de células escamosas invasivo, moderadamente diferenciado. Foi avaliado pela equipe de Cirurgia Oncológica do Instituto Mário Penna e realizada tomografia computadorizada (TC) de tórax, abdome e pelve - espessamento de parte mole em região esofágica a nível de carina e discretos espessamentos milimétricos noduliformes subpleurais inespecíficos. Iniciou quimioterapia (Carboplatina e Paclitaxel semanais) e radioterapia neoadjuvantes um mês após início do nosso acompanhamento. O quinto ciclo foi interrompido devido neutropenia e piora clínica com tosse produtiva, taquidispneia e hipotensão arterial. A radiografia de tórax mostrou seio costofrênico velado à direita e o esofagograma com contraste oral, fístula esôfago-pleural à direita. Evoluiu com piora da taquidispneia e hipotensão arterial. A TC de tórax mostrou coleções loculadas no hemitórax direito e espessamento parietal circunferencial irregular do esôfago distal. Submetido a drenagem torácica em selo d‘água: empiema franco e iniciado piperacilina-tazobactam. Evoluiu com óbito no dia seguinte.

DISCUSSÃO

A fístula esôfago-pleural (FEP) é uma condição rara, mas é uma das complicações mais comuns da perfuração esofágica, podendo decorrer de malignidades intratorácicas por extensão direta tumoral. O caso apresentado teve rápida evolução e desfecho desfavorável, levando ao óbito por empiema pleural e sepse. O diagnóstico precoce e o tratamento direcionado são imprescindíveis na condução dos casos de FEP.

PALAVRAS CHAVE

Esofagopatia, perfuração esofágica, complicação pleuropulmonar

Área

TÓRAX

Instituições

Instituto Mário Penna - Minas Gerais - Brasil

Autores

Leandro Jaime Barreto Costa, Rachid Anuar de Oliveira Lauar, Erlon de Avila Carvalho, Brunna Amaral Rabelo