CONGRESSO PAULISTA DE CIRURGIA - 21º ASSEMBLÉIA CIRURGICA DO CBCSP

Dados do Trabalho


TITULO

TRATAMENTO ENDOVASCULAR EM LESOES TRAUMATICAS DA AORTA TORACICA

OBJETIVO

Avaliar os resultados imediatos e de longo prazo do tratamento endovascular em pacientes com lesões traumáticas da aorta torácica

MÉTODO

Estudo retrospectivo onde foram avaliados os resultados imediatos e de longo prazo em 11 pacientes vítimas de lesões traumáticas da aorta torácica, submetidos à correção endovascular, entre outubro de 1998 e dezembro de 2017. A média de idade dos pacientes foi de 45,2 anos (variação de 24-71 anos), sendo oito (72,7%) do sexo masculino. Sete (63,6%) pacientes foram vítimas de politrauma por acidente automobilístico, três (27,3%) tiveram lesão da aorta por queda de grande altura e um (9,1%) paciente apresentou pseudoaneurisma de aorta descendente por ferimento de arma branca. Dissecção de aorta descendente ocorreu em seis (54,5%) pacientes e pseudoaneurisma em cinco (45,5%). O diagnóstico, a escolha da endoprótese e acompanhamento tardio foram feitos angiotomografia (TCA).
As endopróteses utilizadas foram Braile-Biomédica®, confeccionadas em aço inox ou nitinol.
As cirurgias foram orientadas por radioscopia, aortografia e ecocardiograma transesofágico. Utilizou-se anestesia geral ou local com sedação. Acesso pela artéria femoral comum, direita ou esquerda.
Critérios de sucesso primário foram exclusão da doença da aorta e ausência de complicações cirúrgicas no procedimento. No acompanhamento de longo prazo, avaliaram-se vazamentos pela prótese, progressão da doença na aorta e novas cirurgias.

RESULTADOS

O procedimento endovascular foi executado com sucesso primário, obtendo-se a liberação do stent no local planejado, com resultado angiográfico adequado, em todos os pacientes. Não houve conversão cirúrgica, alterações neurológicas ou mortalidade hospitalar.
Dez (90,9%) pacientes tiveram a resolução completa da doença da aorta com a liberação de única endoprótese. O comprimento das endopróteses implantadas variou de 75 a 135 mm e o diâmetro, de 22 a 36 mm.
O tempo médio de cada procedimento foi de 72,66±42,36 minutos (variação 30-170 minutos).
Um (9,1%) paciente faleceu no oitavo dia de pós-operatório por complicações do politrauma. A artéria subclávia esquerda foi voluntariamente ocluída pela endoprótese em 4 (36,3%) pacientes.
O controle radiológico dos pacientes na alta hospitalar não mostrou endoleak ou migração da endoprótese.
O tempo de seguimento variou de 3 a 231 meses, com mediana de 106 meses. Não houve mortalidade decorrente da doença de base ou reintervenção na aorta nesse período. Um paciente com pseudoaneurisma apresentou endoleak tipo II no controle radiológico tardio, permanecendo em tratamento clínico.

CONCLUSÕES

A correção endovascular das doenças traumáticas da aorta torácica mostrou-se extremamente segura e eficaz, inócua em pacientes com lesões concomitantes em múltiplos órgãos e com efeito resolutivo duradouro no acompanhamento de longo prazo, com melhores resultados em relação às operações abertas convencionais.

PALAVRAS CHAVE

traumática, aorta torácica, TEVAR, endovascular

Área

TRAUMA

Instituições

Hospital de Base - FAMERP - São Paulo - Brasil

Autores

Vinicius Menin Brandi, Carolina Ferreira Iglesias, Paulo Henrique Attab Lopes Santos, Marcos Aurélio Barbosa, Sthefano Atique Gabriel, Antonio Carlos Brandi