CONGRESSO PAULISTA DE CIRURGIA - 21º ASSEMBLÉIA CIRURGICA DO CBCSP

Dados do Trabalho


TÍTULO

HERNIA DE AMYAND

INTRODUÇÃO

A hérnia de Amyand (HA) é uma patologia rara e de difícil diagnóstico pré-operatório. Geralmente representa menos de 1% de todas as hérnias inguinais. O quadro de apendicite aguda concomitante é menos comum.
A apresentação clínica é relacionada a dores abdominais episódicas e sintomas inespecíficos. A resistência no ponto de McBurney geralmente está ausente. Os pacientes mais graves revelam dor na região de fossa ilíaca associada a vômitos e febre.

RELATO DE CASO

Homem, 67 anos, alegava dor em região inguinal direita há 5 meses. Na palpação detectava-se abaulamento em região inguinal direita que aumentava aos esforços.
O paciente foi submetido à inguinotomia direita, após dissecação de funículo espermático, evidenciou-se uma hérnia indireta, cujo saco herniário continha apêndice vermiforme aderido e não inflamado. Foi realizada posterior apendicectomia associada à confecção de bolsa de tabaco.
O saco herniário foi ressecado, as bordas do funículo espermático aproximadas, aplicando-se em seguida malha sintética (MS) de polipropileno, conforme técnica de Liechtenstein. O resultado do exame histopatológico de peça cirúrgica caracterizou o apêndice como de aspecto histológico habitual.

DISCUSSÃO

A HA é facilmente confundida com o encarceramento de hérnias inguinais, principalmente pela dor periumbilical e resistência no quadrante inferior direito combinada à presença de uma massa irredutível na região.
A apendicite aguda pode ocorrer como consequência da HA, pois o estrangulamento do apêndice saudável gera necrose e proliferação bacteriana. Entretanto, há casos de herniação de apêndice com alguma inflamação já instalada.
A ultrassonografia pode ser utilizada na identificação de focos inflamatórios no saco herniado. Além disso, a tomografia computadorizada pode visualizar estruturas adjacentes a ele.
O tratamento geralmente é apendicectomia associada à hernioplastia com uso de MS, mas seu emprego é questionado em casos que há inflamação grave ou perfuração apendicular pelo risco de complicações sépticas.
Alguns autores defendem a apendicectomia em qualquer situação, pois a manipulação do apêndice pode gerar contaminação e um processo inflamatório secundário. Registram-se inúmeras divergências, falhas e necessidade de retificação quanto às opções terapêuticas consideradas ideais, principalmente em casos iniciais, em que há indicação do uso de MS de polipropileno, mas não da retirada do apêndice.
A contraindicação de MS na presença de apendicite é instigante, mas os autores apenas citam complicações sépticas e dificilmente revelam um mecanismo fisiopatológico concreto. Alguns, na presença contaminação, descrevem como padrão ouro a realização de apendicectomia associada à correção da hérnia utilizando método de Bassini, além de lavagem exaustiva da cavidade.
O uso de MS, mesmo na vigência de inflamação mostra-se satisfatório, sendo associado a uma menor taxa de recidivas e complicações pós-operatórias.

PALAVRAS CHAVE

Hérnia Inguinal; Cirurgia Colorretal

Área

COLOPROCTOLOGIA

Instituições

Centro Universitário de Maringá - Unicesumar - Paraná - Brasil

Autores

Guilherme Henrique Silva Fogaça, Ana Carolina Thomaseli Fuck, Laís Critina Rizzato, Lucas Luiz Fitipaldi Ferreira, Telma Aparecida Domingos, Larissa Carstens, Bener Augusto Souza Milani, André Luiz Mezzaroba Pelizzon