CONGRESSO PAULISTA DE CIRURGIA - 21º ASSEMBLÉIA CIRURGICA DO CBCSP

Dados do Trabalho


TÍTULO

LINFOMA PULMONAR

INTRODUÇÃO

O linfoma pulmonar (LP) é uma doença rara, representando menos de 1% dos casos de câncer de pulmão. O pico de incidência ocorre entre a sexta e sétima décadas de vida. A imunossupressão é um fator de risco a ser considerado. Relatamos o caso de uma paciente de 47 anos com LP.

RELATO DE CASO

Paciente de 47 anos, hígida, com quadro de dispneia progressiva há 4 meses. Na ocasião tinha iniciado tratamento empírico para tuberculose pulmonar devido infiltrado alveolar difuso ao raio-x do tórax.
Em nosso serviço, inicialmente foi realizada uma broncoscopia e lavado broncoalveolar, ambos sem alterações. Foi mantido seguimento por 30 dias e, como não houve melhora, optamos por realizar uma biópsia pulmonar. O estudo anatomopatológico mostrou tratar-se de um linfoma pulmonar.
A paciente foi referenciada para oncologia evoluindo com melhora importante após o início da quimioterapia.

DISCUSSÃO

A patogênese do linfoma extranodal ainda não é definida, mas acredita-se que há relação com estimulação imunológica crônica ou doença autoimune. A doença cursa com evolução indolente. A apresentação clínica muda conforme o tecido acometido. Nos LP, cerca de 36% dos pacientes são assintomáticos no momento do diagnóstico. Os sinais clínicos do LP são bastante heterogêneos e incluem: dispneia, hemoptise, dor torácica e sintomas sistêmicos como febre e perda de peso. Sintomas B são incomuns.
Na avaliação do LP deve-se incluir a tomografia computadorizada de alta resolução (TCAR), a qual tem se mostrado mais específica do que as radiografias de tórax, podendo fornecer dados importantes para o diagnóstico diferencial e sobre a evolução da moléstia. Quanto aos exames laboratoriais, o leucograma costuma se apresentar normal.
Os padrões mais comumente observados na TCAR são: as consolidações parenquimatosas, os nódulos ou massas, e disseminação linfática. Desses, os nódulos são mais frequentemente observados.
O diagnóstico definitivo baseia-se no exame histopatológico. Alguns casos são de difícil diagnostico, especialmente aqueles em que a amostra de tecido coletada é pequena. Muitos relatos mostram a necessidade de biópsia a céu aberto em segundo tempo.
Após o diagnóstico, os pacientes devem ser avaliados individualmente para indicação do tratamento. Em alguns casos de doença localizada, somente a ressecção da lesão por si só, pode ser considerada como tratamento definitivo. Em casos onde ocorre transformação de alto grau, doença residual, doença em hemitórax contralateral, tanto a quimioterapia ou radioterapia podem ser consideradas.
A sobrevida em 5 anos pode ser de 90%. Porém, alguns achados patológicos ainda podem ser correlacionados a mal prognóstico, como lesões extrapulmonares e linfonodomegalia mediastinal.

PALAVRAS CHAVE

Linfoma
Pulmão

Área

TÓRAX

Instituições

Universidade de Marília - São Paulo - Brasil

Autores

Gilmar Felisberto Junior, Cláudio José Rubira, Karina Boaventura Martinelli, Luis Felipe Becker de Oliveira, Leonardo Jordan Hansen