CONGRESSO PAULISTA DE CIRURGIA - 21º ASSEMBLÉIA CIRURGICA DO CBCSP

Dados do Trabalho


TÍTULO

RELAÇAO DO RESULTADO ENCONTRADO NO ANATOMOPATOLOGICO COM A PAAF

OBJETIVO

Avaliar a acurácia do resultado da punção aspirativa por agulha fina a partir do resultado do exame anatomopatológico das peças cirúrgicas de tireoidectomias totais e parciais.

MÉTODO

Estudo retrospectivo de 239 pacientes submetidos à tireoidectomia total ou parcial pela equipe de cirurgia de Cabeça e Pescoço do Hospital da PUC-Campinas durante o período de janeiro de 2009 a dezembro de 2017, revisando os prontuários dos pacientes e analisando os dados referentes ao resultado encontrado na PAAF e ao achado no anatomopatológico. Desses pacientes, 72 foram excluídos do estudo devido à ausência de informações no prontuário, totalizando 167 pacientes com dados suficientes para o estudo.

RESULTADOS

167 pacientes foram submetidos à tireoidectomia total ou parcial, sendo 141 do sexo feminino (84%) e 26 do sexo masculino (16%). A média de idade é de 54 anos. Desses pacientes, 112 (67%) realizaram tireoidectomia total, 37 (22%) tireoidectomia parcial e 18 (11%) totalizações devido ao resultado de neoplasia no anatomopatológico. Todos os pacientes realizaram a PAAF antes da cirurgia e os resultados foram analisados de acordo com a classificação de Bethesda: 7 (4%) pacientes são Bethesda I (resultado não diagnóstico), dos quais 3 (43%) apresentaram resultado maligno no anatomopatológico. 66 (39%) pacientes são Bethesda II (nódulo benigno) sendo que 23 (35%) eram malignos na análise anatomopatológica. 31 (18%) pacientes são Bethesda III (atipia de significado indeterminado ou lesão folicular indeterminada), desses, 15 (48%) apresentavam patologia maligna. 16 (9,6%) são Bethesda IV (neoplasia folicular ou nódulo suspeito de neoplasia folicular), dos quais 8 (50%) eram malignos ao anatomopatológico. 26 (15,5%) são Bethesda V (lesão suspeita de malignidade), sendo que 20 (77%) eram malignos. 21 (12,5) são Bethesda VI (nódulo maligno) e 20 deles (95%) tiveram o diagnóstico do anatomopatológico maligno.
Em relação ao diagnóstico definitivo encontrado no anatomopatológico, o diagnóstico mais frequente encontrado é de carcinoma papilífero (40%), seguido por bócio adenomatoso (28%), microcarcinomapapilífero (12%), adenoma folicular (8%), tireoidite linfocítica (8%), carcinoma medular (1%) e outros (2%) como fibrose e ausência de alterações. Assim, 53% dos pacientes submetidos à tireoidectomia obtiveram o resultado do anatomopatológico com neoplasia maligna (carcinoma papilífero e microcarcinoma papilífero), enquanto o restante (47%) apresentava condições benignas no estudo anatomopatológico.

CONCLUSÕES

Segundo o estudo, a porcentagem de malignidade nas classes V e VI de Bethesda estão condizentes com aquela determinada por essa classificação. Contudo, ao analisar as classificações I,II, III e IV a taxa de malignidade observada supera o estimado pela classificação oficial. Assim, a PAAF deve ser uma ferramenta de auxílio para a escolha da conduta cirúrgica, mas não o único critério para tal.

PALAVRAS CHAVE

tireoide; carcinoma; PAAF; anatamopatológico; bócio; adenoma; tireoidectomia; diagnóstico

Área

CIRURGIA CABEÇA E PESCOÇO

Instituições

Puc-Campinas - São Paulo - Brasil

Autores

José Luis Braga de Aquino, Luís Antônio Brandi Filho, Douglas Alexandre Rizzanti Pereira, Felipe Raule Machado, João Paulo Zenun Ramos, Paula Srebernich Pizzinato, Daniela Cunha e Souza, Rebeca Raucci Meireles