CONGRESSO PAULISTA DE CIRURGIA - 21º ASSEMBLÉIA CIRURGICA DO CBCSP

Dados do Trabalho


TÍTULO

RESSECÇAO VIDEOLAPAROSCOPICA DE INSULINOMA EM PACIENTE GRANDE OBESO

INTRODUÇÃO

Ainda que raro, o insulinoma é o tumor que mais atinge as ilhotas pancreáticas. A incidência desse é de 1 a 4 novos casos por milhão de pessoas anualmente. Normalmente é benigno e sintetiza insulina, podendo reduzir os valores da glicose sanguínea, já a sua taxa de evolução para malignidade varia entre 5% a 30%. As manifestações clínicas mais comuns são aquelas relacionadas a sintomas neuroglicopênicos como cefaleia recorrente, letargia e diplopia. O tratamento cirúrgico é o único método curativo, tradicionalmente realizado com enucleação ou ressecção pancreática parcial.

RELATO DE CASO

S.O.R., sexo masculino, 37 anos, há 12 anos iniciou quadro de cefaleia, tontura, amnésia e eventos de síncope. Após 5 anos, apresentou rebaixamento da consciência aos mínimos esforços com hipoglicemia e ganho de 140kg ao longo de toda evolução. Deu entrada na Fundação Hospital Adriano Jorge em crise hipoglicêmica severa com uso de Hidrocortisona. Ao exame físico apresentava obesidade mórbida, acantose nigricans em região cervical, estrias em regiões axilares, dermatite ocre em MMIIs, insulina 59 U/ml e peptídeo C 7,24ng/ml. À Ressonância magnética, o pâncreas apresentava formação nodular lobulada junto ao contorno superior da cauda pancreática, hipocaptante ao contraste, medindo 22x23x21mm. O tratamento proposto foi o uso de Octreotide, após suspensão de Hidrocortisona, até ressecção cirúrgica de tumor por videolaparoscopia.

DISCUSSÃO

O insulinoma é o mais frequente tumor neuroendócrino pancreático, representando 70% dos casos. Geralmente são lesões únicas, isoladas, de caráter benigno quando seu diâmetro é inferior a 2 cm e localizadas na cabeça e corpo pancreático. O caso estudado revela ao histopatológico um tumor neuroendócrino grau 1, sólido, composta por células redondas ovais, com núcleos redondos e monótonos, com citoplasma granuloso de 2 cm. Recentemente, a videolaparoscopia tornou-se uma nova via de acesso cirúrgico para a enucleação dos insulinomas, com caráter menos invasivo do que a cirurgia convencional e propiciando melhor recuperação no pós-operatório. Segundo DEXTER et al., é imprescindível a utilização da ultrassonografia (USG) intra-operatória, com equipamento ultrassonográfico videolaparoscópico. A não disponibilidade de USG intra-operatória constitui dificuldade para a prática. Essa USG ainda não é viável em muitos serviços de cirurgia pelo seu alto custo. Ainda assim, é possível utilizar-se da via videolaparoscópica no tratamento cirúrgico de insulinomas, conforme relatado. A maioria dos pacientes apresenta resolutividade imediata dos seus sintomas após a cirurgia, apresentando hiperglicemia já nos primeiros dias de pós-operatório. O paciente apresentava constantes crises de hipoglicemia, numa glicemia ao acaso obteve 60 mg/dl. Um mês depois após a videolaparoscopia de exérese da lesão o mesmo apresentou a glicemia de 82 mg/dl, refletindo a rápida recuperação que a laparoscopia oferece.

PALAVRAS CHAVE

INSULINOMA, RESSECÇÃO CIRÚRGICA, OBESO, VIDEOLAPAROSCOPIA

Área

FÍGADO, VIAS BILIARES E PÂNCREAS

Instituições

Fundação Hospital Adriano Jorge - Amazonas - Brasil

Autores

Nahida Hauache Fraxe, Mariana Guimarães de Oliveira Castro, Dânia Hauache Fraxe, Rebeca Alecrim Bessa, Maria Carolina Rodrigues Bezerra, Gessica Caroline Andrade, Amanda Rojo Pavão, Marcio Valle Cortez