CONGRESSO PAULISTA DE CIRURGIA - 21º ASSEMBLÉIA CIRURGICA DO CBCSP

Dados do Trabalho


TÍTULO

HERNIA DE AMYAND: RELATO DA ABORDAGEM CIRURGICA

INTRODUÇÃO

Hérnia é a protrusão de conteúdo intra-abdominal por defeitos na fáscia da parede
abdominal, podendo ser congênitos ou adquiridos. Somado aos defeitos da fáscia
abdominal, os principais fatores etiopatogênicos envolvem o aumento da pressão
intracavitária. Os principais fatores de risco para hérnias são: tabagismo, doença
pulmonar obstrutiva crônica, obesidade, história familiar e constipação intestinal.
A Hérnia de Amyand (HA) é uma rara apresentação de hérnia inguinal, definida pela
presença do apêndice vermiforme dentro do saco herniário. Estima-se que, essa
entidade, represente apenas 0,4% de todos os casos de hérnias inguinal.
Na maioria dos casos, o diagnóstico das Hérnias de Amyand é incidental, sendo
realizado no momento da intervenção cirúrgica. Porém, apesar de menos comum, o
diagnóstico também é possível por métodos de imagem, como a ultrassonografia de
parede abdominal e a tomografia computadorizada.

RELATO DE CASO

M.M.P., masculino, 77 anos, vem à consulta ambulatorial por dor em região inguinal
direita. Relata que a dor já está presente há 7 meses, mas se intensificou nos
últimos dias. Nega alterações gastrointestinais, geniturinárias e não apresenta outras
queixas.
Todos os parâmetros avaliados durante o exame físico são normais, com exceção
de abaulamento observado em região inguinal direita durante a realização de
manobra de Valsalva.
Mediante os achados clínicos, foi optado por realizar tratamento cirúrgico.
No dia programado o paciente foi abordado cirurgicamente. Realizou-se incisão
oblíqua em região inguinal direita. Durante o procedimento, observa-se a presença
do apêndice dentro do saco herniário. O apêndice por não apresentar sinais
flogísticos ou alterações, foi reinserido na cavidade abdominal e prosseguiu-se com
o procedimento cirúrgico. Foi utilizado a técnica de Lichteinstein. O procedimento
ocorreu sem intercorrências.

DISCUSSÃO

A Hérnia de Amyand não possui sinais clínicos específicos. Na maior parte dos
casos, possui o padrão de apresentação de hérnias da região inguinal, cursando
com abaulamento localizado e dor. Caso haja inflamação ou dano à integridade do
apêndice pode haver aumento da dor, febre, náuseas, vômitos e parada da
eliminação de gases e fezes.
A abordagem terapêutica desse tipo de hérnia é totalmente dependente do estado
inflamatório do apêndice. Losanoff e Basson, assim como Fernando e Leelartre,
propuseram classificações às HA visando a determinação de características que
pudessem guiar a abordagem cirúrgica.
Apesar das diferenças entre as classificações, ambas concordam que, na ausência
de apendicite, apenas a hernioplastia pela técnica de Lichtenstein deve ser
realizada, não havendo necessidade da realização de apendicectomia. Por outro
lado, caso haja inflamação do órgão, a apendicectomia é mandatória e o uso de tela
para o reparo herniário é proscrito. Infecções associadas devem ser tratadas.

PALAVRAS CHAVE

Hérnia; Amyand; Classificação; Tratamento

Área

MISCELÂNIA

Instituições

Hospital Geral de Carapicuíba - São Paulo - Brasil

Autores

Bruno Amantini Messias, Fabio Orsi Ceribelli, Paula Ribeiro do Prado, Lucas Antonio Pereira do Nascimento