CONGRESSO PAULISTA DE CIRURGIA - 21º ASSEMBLÉIA CIRURGICA DO CBCSP

Dados do Trabalho


TÍTULO

ANGIOMIXOMA PROFUNDO EM REGIAO INGUINAL: RELATO DE CASO

INTRODUÇÃO

Apesar da etiologia mais comum de tumorações na região inguinal ser de hérnias da parede abdominal, existem outros diagnosticos a serem pensados, entre eles, o angiomixoma profundo.Este tumor é uma neoplasia mesenquimal rara que acomete principalmente mulheres em idade fértil.Possui difícil diagnóstico por exames de imagem, tendo sua hipótese aventada na grande maioria das vezes no intraoperatório. O diagnóstico definitivo é histopatológico, sendo seu tratamento essencialmente cirúrgico

RELATO DE CASO

MCC, sexo feminino, 47 anos, com queixa de massa em região inguinal, indolor, de crescimento progressivo há seis anos.Ao exame foi observado abaulamento da raiz da coxa esquerda até vulva ipsilateral, não redutível.Ao USG, imagem de limite mal definido, hipoecoica, região central heterogênea, fluxo de Doppler periférico e central, medindo 20x6x14 cm.Solicitada RNM que detectou formação heterogênea com realce ao contraste e origem de natureza indeterminada.Indicada cirurgia.Realizada inguinotomia esquerda com identificação de massa sólido-cística, sendo esta ressecada e enviada para estudo histopatológico.Os resultados foram de neoplasia fusocelular com crescimento desordenado de células fusiformes e estruturas vasculares com perfil imunohistoquímico consistente com angiomixoma profundo e baixo índice de proliferação celular. Evoluiu sem intercorrências no seguimento ambulatorial, com última avaliação 4 meses após cirurgia, sem sinais de complicações ou recidivas

DISCUSSÃO

Angiomixoma é uma neoplasia mesenquimal rara de patogênese desconhecida.Acomete preferencialmente região pélvica e perineal e predomina no sexo feminino com pico entre a terceira e quarta décadas de vida. Apresenta-se como massa de crescimento lento e indolor.Na USG é uma lesão cística ou hipoecóica.Na tomografia tem margens bem definidas, com possível diferenciação entre a lesão e o tecido muscular por diferença de densidade.Achados na RNM consistem em sinal iso ou hipointenso em imagens em T1 e sinal hiperintenso em T2, que reflete sua intensa vascularização.Histologicamente é pouco ou moderadamente diferenciado, com células fusiformes em meio a uma matriz mixoide.Na imunohistoquima há reatividade para vimetina e actina muscular.O tratamento é cirúrgico. Porém mesmo com ressecação com margens livres, a recorrência é frequente (72%).O período crítico de recidiva dá-se nos primeiros 3 anos, porém, a literatura recomenda acompanhamento por até 15 anos.Os análogos do GnRH são descritos como possível terapia neoadjuvante, mas na maioria das vezes só teremos o diagnóstico após a exérese completa da lesão, ficando o uso destas para prevenção de recidiva.O uso de Tamoxifeno e Raloxifeno é ainda contraditório, assim como a linfadenectomia cirúrgica.Quimioterapia e radioterapia não são consideradas superiores às terapias citadas, devido à baixa atividade mitótica destes tumores

PALAVRAS CHAVE

angiomixoma profundo
Neoplasia mesenquimal mixóide

Área

MISCELÂNIA

Instituições

Hospital Geral de Carapicuiba - São Paulo - Brasil

Autores

Bruno Amantini Messias, Renata Salvino Zanon, Idalecio Souto Fonseca Filho, Breno Falco, Fabio Messias Ribeiro, Felipe Augusto Lucas da Silva, Mariana Pinto Ribeiro, Paula Ribeiro do Prado