CONGRESSO PAULISTA DE CIRURGIA - 21º ASSEMBLÉIA CIRURGICA DO CBCSP

Dados do Trabalho


TÍTULO

TRATAMENTO NAO OPERATORIO NO TRAUMA FECHADO COM LESAO PANCREATICA. EVOLUÇAO E COMPLICAÇOES.

INTRODUÇÃO

Os relatos de tratamento não operatório (TNO) de lesão pancreática no trauma abdominal fechado em adultos são poucos, sendo os resultados inferiores aos obtidos em trauma abdominal em crianças. A lesão abdominal apresenta níveis superiores a 25% de mortalidade e o choque hemorrágico é a principal etiologia sendo destes 20 a 50% de mortes evitáveis, desde que se consiga seu diagnóstico e tratamento adequado.

RELATO DE CASO

PRM, 35 anos, sexo feminino, motorista de automóvel, sem cinto de segurança, vítima de acidente automóvel x automóvel, colisão traseira em velocidade de 40 Km/h. Trazida pelo resgate trinta minutos pós-trauma, com dados na admissão: frequência respiratória de 19 incursões por minuto, frequência cardíaca de 64 batimentos por minuto, pressão arterial de 100x60 mmHg, Glasgow 15. Abdome doloroso a palpação profunda em epigástro, sem sinais de irritação peritoneal. Pelve estável, toque retal sem sangue, escoriações em mento. Submetida a tomografia computadorizada de corpo inteiro sendo a de crânio e tórax normal, abdome com borramento na topografia pancreática. Laboratorial na admissão com amilase 110. Optado pelo tratamento não operatório sendo mantida internada. Apresentou elevação da amilase, com 1.937 no primeiro e 2.181 no segundo dia pós-trauma. Submetida a colangioressonância sem evidência de lesão do ducto pancreático principal. Boa evolução com queda da amilasemia, melhora da dor abdominal, aceitando bem dieta via oral com alta hospitalar no nono dia com níveis de amilase de 276. Retornou ao pronto socorro no décimo dia pós-trauma com queixa de vomitos e dor abdominal de intensidade moderada, com abdome doloroso a palpação profunda e presença de massa palpável ocupando o abdome superior. Laboratorial Ht 35,3%, Hb 10,7g%, leucocitos 12.560, PCR 28,5 e amilase 921. Tomografia computadorizada de abdome com imagem de pseudocisto de pâncreas de 220 mm no seu maior eixo. Reinternada permanecendo vinte e quatro dias com alimentação por sonda nasoenteral, recebendo alta com controle ultrasonográfico ambulatorial apresentando múltiplas septações junto a cauda do pâncreas com 13,4x5,4x7,8 cm, volume 290 ml e amilase 696.

DISCUSSÃO

São raros os relatos de tratamento não operatório no trauma abdominal fechado com lesão pancreática em adultos, sendo mais comuns em crianças, com relato de alta permanência de internação de 6 a 52 dias, sendo que muitos dos casos tiveram sua resolução através de punção percutânea guiada por tomografia computadorizada ou ultra-som abdominal.

PALAVRAS CHAVE

TRATAMENTO CONSERVADOR NO TRAUMA ABDOMINAL FECHADO. TRAUMA PANCREÁTICO. COMPLICAÇÕES NO TRATAMENTO CONSERVADOR DE TRAUMA PANCREÁTICO

Área

TRAUMA

Instituições

HOSPITAL ESTADUAL VILA ALPINA - SECONCI-OSS - São Paulo - Brasil

Autores

MÁRIO LUIZ QUINTAS, JOÃO VICTOR FONSECA RIBEIRO, GUSTAVO HENKLAIN DUARTE, ERIK ALBUQUERQUE, ARTHUR LOURENSUTE PORTO, MILENA BRAGA SOARES SILVA, JÚLIO CÉSAR ARAÚJO NÓBREGA, GUSTAVO GOMES QUINTAS