CONGRESSO PAULISTA DE CIRURGIA - 21º ASSEMBLÉIA CIRURGICA DO CBCSP

Dados do Trabalho


TÍTULO

LESAO PANCREATICA NO TRAUMA ABDOMINAL FECHADO. INDICAÇAO CIRURGICA E SUAS COMPLICAÇOES

INTRODUÇÃO

O tratamento não operatório no trauma abdominal fechado com lesão pancreática é mais descrito no trauma pediátrico. O objetivo deste relato é mostrar a dificuldade do diagnóstico, acompanhamento e evolução da lesão pancreática, suas complicações, interrupção do tratamento conservador e sua indicação cirúrgica. Serão apresentados dois casos de trauma abdominal fechado com lesão pancreática por mecanismos distintos, com sua avaliação na admissão e a conduta para seu tratamento. Complicações e evolução na conduta adotada.

RELATO DE CASO

Caso 1 - NSG, 27 anos, sexo masc., vítima de colisão autoxposte, 70 km/h, motorista sem cinto, hálito etilico, dados na admissão com frequência respiratória de 22 ipm, frequência cardíaca de 94 bpm, pressão arterial de 80x50 bpm, Glasgow 15. Abdome doloroso em epigástro, dor irradiada interescapular. Amilase 246. Evidenciado na tomografia computadorizada de abdome líquido livre na cavidade abdominal, lesão hepática. Indicado tratamento conservador. Evoluiu com piora da dor abdominal e elevação da amilase 930. Realizada nova tomografia abdominal no segundo dia pós-trauma sendo evidenciado aumento do líquido livre na cavidade, hematoma de retroperitoneo, transecção total com lesão ductal do pâncreas. Indicado laparotomia exploradora com achado de sangue livre na cavidade, 1500 ml, hematoma e transecção total corpo-caudal pancreática e lesão hepática. Realizado pancreatectomia corpo-caudal com preservação do baço. Caso 2 - DSR, 28 anos, sexo masc., procurou pronto socorro por demanda espontânea, com relato de agressão por socos e pontapés há doze horas, com dor em hipocôndrio esquerdo, frequência respiratório 18 ipm, frequência cardíaca 66 bpm, pressão arterial 125x65 mmHg, Glasgow 15, abdome doloroso em epigástro, hematoma peri-orbital. Amilase 1.074. Submetido a tomografia computadorizada de abdome sendo evidenciado hematoma retroperitoneal, líquido livre na cavidade e secção do pâncreas. Submetido a laparotomia exploradora com achado de sangue na cavidade abdominal, 600 ml, hematoma zona I, avulsão completa do corpo e cauda pancreática com necrose. Realizado pancreatectomia corpo caudal com preservação do baço. Alta hospitalar no décimo sexto pós-operatório. Retorno no trigésimo dia de pós-operatório com distensão abdominal e vômitos, sendo evidenciado na tomografia computadorizada abdome agudo obstrutivo sendo submetido a laparotomia e lise de bridas. obstrução por brida

DISCUSSÃO

No trauma abdominal fechado com estabilidade hemodinâmica e presença de líquido livre na cavidade deverá ser iniciada a avaliação com tomografia computadorizada na expectativa de concluir se existem lesões parenquimatosas. Segundo AAST, lesões pancreáticas grau I e II são conservadores e III, IV e V poderão ser cirúrgica, devendo manter paciente internado em observação pelo menos de 2 a 3 dias. Na mudança do quadro abdominal estará indicada a cirurgia. Para tal deverá o Serviço estar preparado para o diagnóstico e tratamento definitivo

PALAVRAS CHAVE

TRAUMA DE PANCREAS.

Área

TRAUMA

Instituições

HOSPITAL ESTADUAL VILA ALPINA - SECONCI-OSS - São Paulo - Brasil

Autores

MÁRIO LUIZ QUINTAS, LEANDRO MARIANO SILVA, FILIPE LAMOUNIER BARROS GUERRA, MARIA CRISTINA MIRANDA, GUILHERME HENRIQUE BACHIEGA SANTOS, BEATRIZ TEBALDI CARVALHO, GUSTAVO LIMA NEVES, GUSTAVO GOMES QUINTAS