CONGRESSO PAULISTA DE CIRURGIA - 21º ASSEMBLÉIA CIRURGICA DO CBCSP

Dados do Trabalho


TÍTULO

RELATO DE CASO DE COLEDOCOLITIASE PRIMARIA EM PACIENTE FEMININA DE 25 ANOS.

INTRODUÇÃO

A Coledocolitíase (CDL) corresponde à presença cálculo no interior do colédoco. Divide-se em primária e secundária. A CDL primária representa a forma mais rara, responsável por cerca de 10% dos casos. Os cálculos se formam diretamente no colédoco, para sua ocorrência é preciso que a bile esteja cronicamente infectada por bactérias, o que ocorre em casos de obstrução prévia da via biliar ou, muito raramente, parasitismo das vias biliares. A CDL secundária é responsável pelos outros 90% dos casos, constitui-se como uma complicação da colelitíase, nesses casos, cálculos originários da vesícula biliar migram até o colédoco, podendo ocorrer até dois anos após colecistectomia devido a coledocolitíase residual.

RELATO DE CASO

Sexo feminino, 25 anos, encaminhada para pronto atendimento de cirurgia geral com queixa de dor abdominal em hipocôndrio direito há 5 dias, dor em queimação, com irradiação em faixa e para as costas, intermitente, com duração de 30-60 minutos após alimentação, aliviada com uso de analgésicos e antieméticos. Relata ter realizado colecistectomia videolaparoscópica há pouco mais de 3 anos. Solicitados exames: GamaGT: 401 U/L, BT: 1,05 mg/dL, BD: 0,51 mg/dL, BI: 0,54 mg/dL, Ultrassom de abdômen total: Imagem sugestiva de cálculo em colédoco com dilatação do mesmo. Como a colecistectomia da paciente havia sido realizada há mais de 2 anos, considerou-se a hipótese diagnóstica de coledocolitíase primária. Realizada colangiopancreatografia retrógrada endoscópica (CPRE) com papilotomia e retirada do cálculo.

DISCUSSÃO

As manifestações clínicas de coledocolitíase (CDL) particularmente se comportam com dor do tipo biliar. Os testes laboratoriais revelam colestase associada a provas hepáticas anormais, com elevação dos níveis de bilirrubina sérica, das concentrações séricas de ALT e AST, de fosfatase alcalina e de gamaGT. O diagnóstico de CDL baseia-se, na maioria dos casos, em critérios clínicos, laboratoriais e ultrassonográficos. Na suspeita de CDL, o próximo exame a ser realizado, geralmente, é a CPRE, método considerado padrão-ouro para o diagnóstico de cálculo no colédoco, além de apresentar função terapêutica, através da extração dos cálculos. A anamnese, quando realizada corretamente, tem papel fundamental na diferenciação etiológica da coledocolitíase primária e secundária.

PALAVRAS CHAVE

Coledocolitíase primária, CPRE

Área

FÍGADO, VIAS BILIARES E PÂNCREAS

Instituições

Universidade Brasil - São Paulo - Brasil

Autores

João Carlos Bizinotto Leal de Lima, AMANDA OLIVA SPAZIANI , Nycolle Arantes Torres Carvalho , Rodolpho César Oliveira Mellem Kairala , Luis Carlos Spaziani , Raissa Silva Frota , Leonardo Faidiga, ANDRÉ FRAGA RUEDA