CONGRESSO PAULISTA DE CIRURGIA - 21º ASSEMBLÉIA CIRURGICA DO CBCSP

Dados do Trabalho


TÍTULO

DESTELHAMENTO CIRURGICO DE CISTO HEPATICO SIMPLES – UM RELATO DE CASO

INTRODUÇÃO

Cistos hepáticos simples podem ser encontrados em até 4% da população geral, com incidência de 4:1 em mulheres, sendo maior em idosos. O aumento do uso da ultrassonografia permitiu sua maior detecção. Em sua imensa maioria, são assintomáticos, mas podem crescer até 30 centímetros, causando efeito de massa e gerando dor abdominal crônica, saciedade precoce, náusea ou vômito. Eventualmente, podem complicar com rompimento espontâneo, hemorragia, obstrução do trato biliar e infecção. São eventos raros, mas que podem trazer sérias consequências. Tratamento é indicado para casos sintomáticos. Atualmente, não há consenso entre indicação do uso do destelhamento cirúrgico ou da aspiração com escleroterapia como método terapêutico de escolha. O objetivo deste trabalho é descrever um caso de cisto hepático simples sintomático submetido a destelhamento videolaparoscópico, comparando evidências atuais no manejo cirúrgico destes casos.

RELATO DE CASO

Mulher, 58 anos, com dor abdominal leve, difusa, contínua, duração de 30 dias, sem vômitos ou febre associados. Sem comorbidades relevantes ou uso controlado de medicações. Ao exame físico, mostrou-se estável, sem edemas ou adenomegalias; abdome pouco distendido, com dor difusa à palpação, maciço à percussão em hipocôndrio direito, e com massa palpável na mesma região. Tomografia computadorizada evidenciou nodulações hepáticas. Foi indicada videolaparoscopia exploradora, detectando grande quantidade de líquido na cavidade e cistos serosos, que foram retirados e enviados para análise. Os aspectos das lesões sugeriam cistos hepáticos simples de topografia capsular/subcapsular, sem atipias, sinais inflamatórios ou indícios de malignidade. Após cirurgia, evoluiu bem, sem intercorrências, com melhora clínica e remissão dos sintomas.

DISCUSSÃO

Os métodos terapêuticos atuais são aspiração simples, escleroterapia percutânea, fenestração via laparotomia, destelhamento videolaparoscópico, enucleação, ressecção hepática, cistojejunostomia e transplante hepático. Dados recentes demonstram maior eficácia dos métodos laparoscópicos ou de escleroterapia, com menor índice de recidiva, complicações e tempo de hospitalização, em comparação com métodos abertos. Grande parte dos estudos atuais recomendam destelhamento laparoscópico como procedimento de escolha. No entanto, taxas de recorrência variam de 0 a 25%.Índices de morbidade são de cerca de 15%, sendo causas comuns ascite, derrame pleural, íleo pós-operatório e sangramento. Tais índices ainda são obstáculo à sua aceitação universal. Escleroterapia tem eficácia de cerca de 89% e bons índices de morbimortalidade. Trabalhos comparativos entre essas técnicas mostram taxas semelhantes de falha terapêutica. Ambos os métodos são os mais utilizados. A técnica, portanto, deve ser escolhida conforme experiência da equipe e recursos disponíveis. A paciente foi tratada com sucesso, com eficácia compatível com os dados da literatura moderna.

PALAVRAS CHAVE

Cisto, Hepático, Simples, Destelhamento, Videolaparoscópico, Escleroterapia

Área

FÍGADO, VIAS BILIARES E PÂNCREAS

Instituições

Centro Universitário de Patos de Minas - Minas Gerais - Brasil

Autores

Rafael Rosa Marques Gomes Melo, Edson Antonacci Junior, Ana Carolina Ruela Vieira, Juliene Cesar Santos, Danilo Pereira Lima Santos, Mateus Lacerda Medeiros Silva, Cristal Pedroso Costa, José Eduardo Mourão Morais