CONGRESSO PAULISTA DE CIRURGIA - 21º ASSEMBLÉIA CIRURGICA DO CBCSP

Dados do Trabalho


TÍTULO

COLANGIOCARCINOMA: RELATO DE CASO

INTRODUÇÃO

Colangiocarcinomas são tumores considerados de crescimento lento, originados a partir do epitélio do ducto biliar e diferenciam-se em intra e extra hepáticos, caracterizado por desfecho agressivo e mortalidade elevada.
A maioria dos pacientes são assintomáticos ou apresentam clínica inespecífica nas fases iniciais, como icterícia obstrutiva e normalmente são encontrados de maneira incidental, quando abordados de forma laparoscópica em colecistectomias, muitas vezes já estando em estágio avançado.

RELATO DE CASO

Masculino, M.M, 47 anos, tabagista (30 maços/ano) admitido na UPA Zona Sul, referindo há 5 dias dor abdominal em hipocôndrio direito (HCD), contínua e progressiva associada a náuseas, hiporexia, acolia fecal, colúria, ictericia e perda de 3kg neste intervalo. Negou vômitos, febre e diarreia. Refere história de colelitíase diagnosticado há 3 anos e não foi indicado cirurgia, pois não estava em colecistite aguda (SIC).
Na admissão do Hospital Municipal de Maringá, relatava melhora da dor abdominal. Ao exame físico: estável hemodinamicamente, abdome plano, flácido, RHA+, doloroso a palpação profunda em HCD, descompressão brusca e Murphy negativos.
Exames complementares: hemograma normal, TGO 59 U/L, TGP 258 U/L, FA 211 U/L, GGT 275 U/L, amilase 30 U/L, bilirrubina total 8,1 mg/dL (BD 6,6 mg/dL), USG de abdome total evidenciando vesícula biliar com múltiplos cálculos (cerca de 40 mm), paredes finas e regulares, hepatocolédoco dilatado com cálculo de 40 mm. Foi realizado CPRE, evidenciando estenose em terço médio de colédoco, com cerca de 2cm de extensão (neoplasia?), colédoco distal de aspecto normal, grande dilatação da via biliar intra e extra-hepática proximal, com ducto hepático comum medindo cerca de 25mm, realizado papilotomia tática seguida de tentativa de passagem de prótese biliar sem sucesso.
Posteriormente, realizado colecistectomia com derivação biliodigestiva (Y de Roux) e coletado material para biópsia de colédoco. O procedimento cirúrgico ocorreu sem intercorrências e paciente evolui bem clinica e laboratorialmente, recebendo alta no 10º dia de pós-operatório. Após 14 dias retornou com resultado da biópsia (adenocarcinoma tipos biliar e intestinal, moderadamente diferenciado, grau 2, invasivo, comprometendo difusamente a vesícula biliar, apresentando invasão linfática e perineural e margens cirúrgicas hepáticas e do ducto cístico comprometidas pela neoplasia, com estadiamento patológico pT2b) e encaminhado para Hospital do Câncer.

DISCUSSÃO

Em convergência com a literatura atual (SABISTON, 19º ed), M.M. tinha fatores de risco (tabagismo e inflamação crônica). Caso fosse realizado a colecistectomia há 3 anos, quando diagnosticado colelitíase, os riscos poderiam ter sido reduzidos.
Após suspeita na CPRE, foi realizado colecistectomia e derivação biliodigestiva, visando aliviar o quadro e oferecer melhor qualidade de vida. Devido resultado de biopsia com margens cirúrgicas comprometidas, M.M. foi encaminhado à oncologia.

PALAVRAS CHAVE

COLANGIOCARCINOMA

Área

FÍGADO, VIAS BILIARES E PÂNCREAS

Instituições

UNICESUMAR - Paraná - Brasil

Autores

TATIANE HIGA SHINZATO, GELSON DOMINGOS BENITEZ, MATEUS NAGAFUGI GONÇALVES, ROGER KANENO INAFUKO, EMANUELE CAROLINE DA SILVA, JOSÉ ANTONIO PEREIRA NETTO, LUCAS DALL OGLIO